Música melhora notas escolares e muda vida de jovens de comunidade

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Por Só Notícia Boa
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Os alunos durante apresentação musical Foto: Leo Lara/FCA||O maestro João com seus alunos Foto: Leo Lara/FCA||A presidente do Árvore da Vida que também já foi aluna Foto: Leo Lara/FCA|O maestro João com seus alunos - Foto: Leo Lara/FCA

A música e a arte estão transformando a vida de jovens de uma comunidade do Jardim Teresópolis, em Betim, Minas Gerais.

Ao aprenderem a tocar e cantar no projeto do Instituto Árvore da Vida, eles ganham a chance de mudar o próprio destino e suas notas na escola.

O salto obtido no índice de aprovação escolar dos alunos que participam do projeto é um dos indicadores do sucesso do programa.

Em 2004, o índice era de 71% e avançou para 96% no ano passado.

“É uma coisa inexplicável. É um lugar transformador. A pessoa vem pra cá e com certeza não sai a mesma pessoa que entrou”, disse ao SóNotíciaBoa o agora professor Lucas Almeida, de 23 anos.

Ele entrou ainda criança no projeto e hoje é um músico formado.

Lucas entrou como aluno de violão e guitarra e hoje é formado pela Bituca Universidade Popular de Música, em Barbacena, MG.

Agora o rapaz dá aulas de violão no próprio projeto que o acolheu, para ajudar outros jovens.

“O projeto me transformou. Eu recebo depoimento de alunos da mesma forma que eu. Meninos que querem ser transformados por uma casa de música”, disse.

“Além de música, aqui é uma casa de educação, casa de respeito, um lugar que te dá um norte pra você seguir um caminho. Ter uma linha pra você seguir e ser alguém na vida”.

“O projeto é uma referência pra comunidade. Quando a gente entra de férias, eles já perguntam quando volta”, afirmou.

Relação familiar

O maestro João de Souza – que rege o coro de meninas, ensina instrumentos e orientação musical – explica que a música também ajuda a resgatar a relação familiar.

“Essa transformação muda a vida do jovem porque as famílias destas comunidades são muito desestruturadas. Então quando eles chegam num lugar, onde eles podem conversar, contar as coisas e ter uma acolhida, e isso gera um laço muito bonito de amizade. É a comprovação de que um relacionamento gera uma produtividade artística”, diz.

E essa transformação na relação entre a família e comunidade só traz benefícios.

“Isso gera valor para a empresa, que é capaz de fortalecer esses laços com a comunidade local e os jovens acabam tendo uma postura diferenciada e uma formação humana”, explica Fernando Elias, coordenador de Projetos Sociais da Fiat – FCA – Fiat Chrysler Automobiles – que apoia a iniciativa.

Após uma década, o projeto está começando a ganhar autonomia. A gestão está sendo feita pela própria comunidade.

As pessoas que hoje assumem a gestão são aquelas que já foram beneficiadas pelo programa.

O maestro João com seus alunos Foto: Leo Lara/FCA

O maestro João com seus alunos - Foto: Leo Lara/FCA

O maestro João com seus alunos – Foto: Leo Lara/FCA

Alunos do coral - Foto: Leo Lara/FCA

Alunos do coral – Foto: Leo Lara/FCA

Requisitos

Para estudar no projeto e preciso ser da comunidade e ter entre 11 e 16 anos, conta Duane Vilarim, secretária executiva do Árvore da Vida.

Ela diz que o jovem que atinge 16 anos dá lugar a outros da comunidade.

Bianca Aragão Esteves, 22 anos, a presidente do projeto, é o maior exemplo disso.

Ela começou no programa aos 13 anos de idade, nas oficinas de canto. Aos 15 anos, foi convidada para ser monitora da Oficina de Canto Coral e foi ali que começou a construir suas primeiras experiências profissionais.

“Quando eu tinha 15 anos eu me tornei monitora e a partir daí eu vi uma oportunidade de ter uma renda e fazer uma coisa que eu amava que era cantar”, disse Bianca.

Ela concluiu o Ensino Médio e, depois, o curso de Psicologia. Com a nova formação, Bianca assumiu a atividade de Formação Humana dos cerca de 50 alunos que faziam parte da monitoria.

“Hoje a gente dá aula de formação humana no projeto que é um diferencial, onde a gente discute temas de cidadania, desenvolvimento pessoal, profissional. É o momento que a gente tem de virar pro jovem e fazer ele acreditar nos sonhos que ele tem”, diz.

“É um forma de fazer o jovem acreditar que é possível sonhar e abrir um mundo de possibilidades”, conclui Bianca.

A presidente do Árvore da Vida que também já foi aluna Foto: Leo Lara/FCA

A presidente do Árvore da Vida, Bianca Aragão, que também já foi aluna Foto: Leo Lara/FCA

Veja uma das apresentações dos jovens do Instituto Árvore da Vida:

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Por Andréa Fassina da redação do SóNotíciaBoa – viagem a Belo Horizonte a convite da Fiat.