Você se lembra do Uanderson Barreto, o enfermeiro que adotou cinco filhos, mostrado em 2018 aqui no SóNotíciaBoa? Ele adotou mais quatro jovens! Agora está com nove filhos e planeja a décima adoção.
O curioso é que na época ele disse essa frase pra gente: “Adotei 5. Se pudesse adotaria 10”.
É o que está acontecendo: “Eu fui em frente com meu sonho”, disse Uanderson agora, em nova entrevista ao SóNotíciaBoa.
Os filhos
Vamos na ordem cronológica para não perder a conta:
As adoções começaram em 2012.
O primeiro foi o João, que ele encontrou em um abrigo.
“Me habilitei junto ao Fórum e o adotei. Mas João tinha um irmão chamado Daniel que tem um retardo mental grave. Me senti muito mal de tê-lo deixado lá. Voltei e adotei ele também”.
Aí Uanderson soube que a família era maior.
“Depois de uns meses recebi uma ligação de um outro abrigo [dizendo] que um dos irmãos dos meninos estava fazendo aniversário e se eu podia ir até lá pra eles se encontrarem. Fui e me sensibilizei muito por ele estar lá sozinho. Também dei entrada na adoção dele [Alexandre] e o trouxe pra casa”.
Alexandre, o terceiro filho, se juntou à família em abril, mas ainda faltava gente…
“No Natal seguinte fui ao acolhimento, trouxe o Pedro para ficar na minha casa. Ele gostou e ficou. Aí tinha deixado Leonardo no acolhimento. Há uma semana a adoção dele aconteceu e eu busquei o Leonardo também. Hoje formamos a família mais feliz do mundo”, comemorou na época.
Novos filhos
No ano passado Uanderson virou coordenador de um abrigo em São Francisco de Itabapoana. Aí levou pra casa Jocilan, de 13 anos, o sexto filho.
“Ele é o único que veio sozinho, não tem nenhum núcleo biológico na minha casa. Ele é um amor”, diz.
Também no ano passado ele encontrou o Marcos, de 16 anos.
“Ele fez cursinho de informática no abrigo e me pediu, pelo Messenger, para que eu fosse pai dele. Ele era amigo dos meus filhos no abrigo e me dizia: “Tio, por favor, seja meu pai! Você é a única pessoa que adota crianças grandes, da nossa idade. Eu já estou lá há muito tempo!”.
Uanderson conta que resistiu um pouco, mas quando foi visitar o rapaz, descobriu que ele tinha duas irmãs, Luciara e Vitória, e levou os três pra casa. Eles têm, respectivamente, 17, 18 e 13 anos.
Agora falta mais um. Marcos, Luciara e Vitória têm um irmão caçula com paralisia cerebral que Uanderson também quer adotar.
Mas como o menino é cadeirante, o pai solo vai precisar reformar a casa, fazer adaptações para receber a criança, que continua no abrigo.
“Ele teve paralisia cerebral após uma meningite. Ele tem 9 anos. Todos foram para o abrigo por negligência, maus-tratos”, diz.
O nome do décimo filho não pode ser divulgado porque o pedido de adoção ainda está em andamento
Motivo das adoções
Uanderson conta que o fato de ter adotado os 5 irmãos não tem relação com a religião dele, que é Adventista do 7º dia.
Ele diz que escolheu os filhos maiores exatamente porque as pessoas preferem crianças pequenas para adoção.
“Sempre soube que minha família ia ser de filhos adotivos, maiores e meninos, que tinham dificuldade de adoção. Eu sempre soube que sofriam por serem preteridos”.
“Eu queria ser pai e que esse projeto fosse individual meu, eu não queria relacionamentos.
Vida apertada, mas feliz
O pai solo vive com os 9 filhos em uma casa alugada, de 2 quartos, em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.
Uanderson sustenta a família toda com o salário que recebe como servidor.
“A gente não vive uma vida de folga, de luxo. A gente vive um pouco apertado, mas dá pra gente viver”, conta.
Ele tem ajuda da mãe dele, nos afazeres da casa e também dos garotos, que estudam e participam dos afazeres da residência.
Adoções
A paixão pelos filhos é tanta que Uanderson fez uma tatuagem no braço com os nomes de todos eles.
Ele também criou uma página no Facebook chamada Adotando Vidas Brasil.
O espaço incentiva a adoção e também arrecada doações.
Uanderson com os primeiros filhos – Foto: divulgação autorizada / Facebook
Por Rinaldo de Oliveira da redação do SóNotíciaBoa
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