Homem que emocionou ao dar brigadeiro a sem-teto na Europa é brasileiro

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Por Só Notícia Boa
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Caio Giachetti - Foto: reprodução / Instagram @instacaiopelomundo|

Um vídeo de compaixão feito na Europa, que mostra um homem dando brigadeiro a um morador em situação de rua, está emocionando milhares de pessoas no Instagram.

A boa ação foi feita por um brasileiro chamado Caio Giachetti, de 37 anos, que largou o comércio que tinha no Brasil para realizar o sonho de conhecer o mundo e viver em liberdade, longe das convenções, fazendo mágicas na rua e vendendo brigadeiro.

Assim, ele já conheceu 28 países, junto com a mulher, Carol Dias, entre eles, “Tunisia, Estonia, Polônia, Alemanha, Estados Unidos, Holanda, Panama, Peru, Argentina, Chile, Bolivia, França, Itália, Inglaterra, Paraguai, Irlanda, Suíça, Austria, Gibraltar, República Checa, Malta, Espanha, Colombia e Portugal”, de onde Caio deu esta entrevista para o SóNotíciaBoa.

O vídeo

Ele contou que o vídeo, postado na semana passada, foi gravado pela mulher dele na cidade do Porto, onde estão agora.

“Eu estava vendendo brigadeiros e vi aquele senhor com um cachorro, deitado. Olhei para ele e ele simplesmente sorriu para mim, não me pediu nada”, contou.

Depois de doar o brigadeiro ao homem, de pouco mais de 50 anos, eles apertaram as mãos, Caio recebeu um “obrigado” do desconhecido, conversou com ele e seguiu na arte de aprender a ser mais “humano” nessa vida.

“A rua me deu tudo o que sou. Aprendi a olhar nos olhos das pessoas e entender mais o próximo, ver o valor real de uma pessoa, independentemente do seu estado financeiro”, disse.

Alegria e simplicidade

Caio precisou viajar para o outro lado do mundo para descobrir a relação da simplicidade com a alegria.

“Me sinto muito mais feliz sendo livre. Tenho uma vida simples, aprendi que não preciso de muito para viver e na verdade ninguém precisa. Minha vida financeira é normal. Infelizmente a maioria taxa um nômade como um hippie irresponsável. Temos muita responsabilidade principalmente com o próximo, o que falta muito no ser humano”, diz.

Aparências

Caio Giachetti nasceu em Araras, no interior de São Paulo, onde era dono de uma loja no centro da cidade.

“Fui bem-sucedido como eles falam. Passei anos me preocupando com quem de fato não deveria. A opinião deles para mim era importante, vivia de aparências, como a grande maioria. Tive dinheiro, carro, frequentei “ bons “ lugares como eles falam, mesmo com tudo isso no fundo me sentia vazio”, desabafa.

“Dava mais valor para as coisas do que para as pessoas . É ‘foda’ assumir isso publicamente, mas alguém precisa falar. Até que um dia cai do cavalo, quebrei a cara… fali, chame do que quiser”, conta.

A partida

Em 2014 ele deixou o Brasil e foi para Bergamo, na Itália.

“O pouco dinheiro que sobrou resolvi recomeçar fora da bolha, fui pra outro país recomeçar do zero. Vivi de favor, dormi na rua, vendi guarda-chuvas, água… De empresário bem sucedido virei um lavador de pratos bem sucedido. Eu era tão bom que o chef do restaurante me dava turno extras”, lembra.

Caio trabalhou durante quase 6 meses em um restaurante chinês em Londres, até o dia em que recebeu um telefonema que mudou sua vida.

O pai

“Num domingo meu chef interrompe meu trabalho e me entrega um celular dizendo para eu atender a chamada. Era minha mulher dizendo que meu pai acabara de falecer no Brasil. Meu mundo caiu. Meu pai era o tipo de cara que trabalhou a vida toda sonhando com a aposentadoria, faltava 1 ano… 01 ano para ele “começar a viver”, mas um câncer chegou primeiro e f…. o seu sonho”, disse.

“Isso me fez refletir demais… o que eu estou fazendo da vida, cara ? Trabalhando infelizes horas do meu dia, semanas, meses… tendo dores na costa, stress, competindo com o colega do lado, controlando a hora do almoço de outra pessoa, reuniões, pressão, vivendo pelo trabalho, escravo do dinheiro”, lembra.

A virada

A morte do pai fez Caio refletir sobre o sentido própria vida.

“Eu precisava fazer alguma coisa e resolvi agir. Eu não queria o mesmo destino, ou pelo menos não queria correr o mesmo risco que meu pai. Fui pra rua fazer magica. Cara como eu era horrível…as pessoas riam da minha cara. Tentei desistir algumas vezes, mas a minha mulher [se casaram em 2015] me apoiava, dizia para eu continuar”. conta.

Aos poucos o brasileiro conta que foi melhorando nas mágicas, entendendo o comportamento das pessoas e se aproximando delas.

“Divido espaço com tanto tipo de gente, mendigos, bêbados, artistas, punks, ciganos. Fui pro lado B e 4 anos se passaram”.

“Hoje eu entendo que minha missão é inspirar as pessoas a viverem, a darem valor para o que realmente importa. O amanhã, eu não sei e você realmente sabe?”, questionou.

Caio na Europa - Fotos: reprodução / Instagram

Caio na Europa – Fotos: reprodução / Instagram

Assista ao vídeo que fez a gente procurar o Caio para conhecê-lo:

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Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa

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