Remédio 3 em 1 reduz risco de problemas cardiovasculares em 33%

-
Por Monique de Carvalho
Imagem de capa para Remédio 3 em 1 reduz risco de problemas cardiovasculares em 33%
O remédio 3 em 1 que reduz em 33% mortalidade após infarto - iStock/Getty Images

Um novo estudo comprovou que pacientes mais velhos com doenças cardíacas, que tomaram uma espécie de remédio 3 em 1, tiveram uma redução de 33% no risco de problemas cardiovasculares.

Médicos do Mount Sinai Hospital, dos Estados Unidos, que conduziram estudo sobre a eficácia da “polipílula”, composta por três medicamentos diferentes, afirmam que ela realmente ajuda o coração humano e, principalmente, pacientes que “esquecem” de tomar todos os medicamentos prescritos.

O estudo foi feito com 2.499 pacientes em sete países europeus que tinham histórico de infarto do miocárdio tipo 1 nos últimos seis meses. Todos os voluntários tinham entre 65 e 75 anos, com pelo menos um fator de risco, como diabetes ou disfunção renal leve ou moderada.

“Parece que temos um tremendo tipo de ferramenta, que é uma pílula simples, que na verdade é significativamente melhor […]  om resultados excelentes e o impacto é tão bom ou até melhor do que a aspirina no passado”, afirmou o doutor Valentin Fuster, responsável pelo estudo.

Os remédios contidos na polipílula

A polipílula é um comprimido que reúne aspirina, usada para impedir a formação de coágulos, ramipril, contra a pressão alta, e atorvastatina, utilizada no controle do colesterol.

Em geral, pacientes que sofreram infarto devem tomar as três medicações diariamente para reduzir o risco de um novo episódio, disse o doutor Valentin Fuster. O problema é que muitos vão deixando de tomar os remédios…

A pesquisa

Durante a pesquisa, metade dos pacientes recebeu a polipílula, enquanto outros receberam o padrão usual de atendimento. Os pacientes foram acompanhados por uma média de três anos.

Os pesquisadores identificaram 48 mortes cardiovasculares no grupo que usou a polipílula e 71 mortes no grupo de cuidados habituais, ou seja, que nem sempre tomavam todos os remédios prescritos.

A polipílula também ajudou contra outras doenças estudadas, como acidente vascular cerebral (AVC) ou infarto do miocárdio.

Leia mais notícias boas:

Pessoas deixam de tomar remédios

A polipílula e o ensaio são frutos de 15 anos de trabalho. Valentin e os colegas afirmam que um dos principais problemas da medicina é a falta de adesão às medicações, principalmente no campo cardiovascular e mais especificamente em pacientes com ataque cardíaco. Muita gente deixa de tomar os remédios prescritos.

A American Heart Association lista os medicamentos prescritos como uma das primeiras coisas que as pessoas podem fazer para evitar um segundo ataque cardíaco.

O cientista disse que a polipílula é algo que pode ter um impacto “muito significativo” na população em geral.

O próximo passo, segundo o pesquisador, é analisar melhor os resultados.

Existem algumas limitações na pesquisa, incluindo que o estudo não foi realizado de maneira “cega” e todos os pacientes foram inscritos antes da pandemia de Covid-19.

O medicamento é estudado há 15 anos - Foto: Getty images

O medicamento é estudado há 15 anos – Foto: Getty images

Com informações de Veja