A democracia do Brasil venceu, golpistas perderam: editorial

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Por Rinaldo de Oliveira
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Os golpistas invadiram prédios do STF, Congresso e Palácio do Planalto na intenção de instalar o caos em Brasília, esperando uma intervenção Militar, mas venceu a Democracia do Brasil - Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

A democracia do Brasil provou que está mais forte do que nunca. As cenas de desrespeito, violência e destruição, deste domingo (08/01), em Brasília, uniram ainda mais os três Poderes e os governadores dos estados.

Todos condenaram com veemência os atos de vandalismo que destruíram obras raras e parte dos prédios históricos tombados do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto.

Os extremistas de ultra-direita perderam porque a meta deles, de provocar o caos e chamar uma intervenção militar no Brasil, acabou frustrada. Não houve alinhamento dos militares, ou seja, eles também não apoiaram os atos de vandalismo. Ao contrário: o presidente do Superior Tribunal Militar (STM) repudiou a tentativa de golpe.

Em nota conjunta, os presidentes dos 5 principais tribunais do país (STF, TSE, STJ, TST e STM) manifestaram “indignação ante os graves acontecimentos ocorridos” e expressaram “solidariedade às autoridades legitimamente constituídas e que são alvo dessa absurda agressão”.

Os presidentes dos tribunais “reiteram à Nação brasileira o compromisso de que o Poder Judiciário seguirá firme em seu papel de garantir os direitos fundamentais e o Estado Democrático de Direito, assegurando o império da lei e a responsabilização integral dos que contra ele atentem”.

Secretário de Segurança exonerado

A polícia militar do DF demorou cerca de duas horas, segundo as apurações preliminares, para agir e chegou a escoltar os terroristas pela Esplanada dos Ministérios, até a Praça dos Três Poderes.

Os PMs eram comandados por Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, levado pelo governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), para ser secretário da Segurança Pública.

Torres foi exonerado por Ibaneis ainda durante a invasão e também poderá ser preso, a pedido da Advocacia Geral da União.

Financiadores do vandalismo identificados

Quase 200 pessoas foram presas em flagrante após o quebra-quebra e deverão responder criminalmente pelos atos, inclusive terão que pagar pelos estragos que provocaram nos prédios históricos, tombados e públicos.

Em entrevista coletiva na noite deste domingo, convocada às pressas, o Ministro da Justiça, Flavio Dino, disse que foram identificados os cabeças que financiaram os atos golpistas.

Ele pagaram para que pelo menos 100 ônibus viessem lotados de golpistas para Brasília.

Intervenção na segurança do DF

O presidente Lula disse que os responsáveis serão punidos com o rigor da lei.

Ele decretou intervenção federal no Distrito Federal até o fim de janeiro, quando a área ficará sob comando da União.

O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, será o interventor.

A intervenção, que deverá ser votada no Congresso Nacional, acontece quando a União assume as funções da segurança pública. Assim estão sob intervenção as forças de segurança e não a retirada do governador Ibaneis do cargo.

Pedido de desculpas

Quando viu o tamanho do problema causado, Ibaneis Rocha chegou a pedir desculpas aos três Poderes da República em um vídeo postado nas redes sociais, no esforço de reduzir danos e manter-se mais seguro no cargo.

Ibaneis corre risco de sofrer um processo de impeachment porque foi informado desde que os vândalos estavam vindo para Brasília , mas não definiu ações concretas para evitar o quebra-quebra. Ele se justificou, dizendo que não imaginava o que iria acontecer.

ATUALIZAÇÃO

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu na madrugada desta segunda-feira (9) afastar o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha do cargo por 90 dias.

O ministro disse que os atos terroristas do domingo só podem ter tido a anuência do governo do DF, uma vez que os preparativos para a arruaça eram conhecidos.

O afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), após o ato terrorista em Brasília é um recado do Supremo Tribunal Federal (STF) para outros políticos.

A jornalista Andréia Sadi informou no seu blog que a reação do STF foi uma resposta para evitar que outros governadores deixem de reagir aos atos terroristas. É uma demonstração do tipo de punição que a Justiça vai aplicar em caso de inação dos agentes públicos – o que até aqui, não havia ocorrido.

A decisão de Moraes que afastou Ibaneis determina também a desmobilização de todos os atos em 24h.

Golpistas não são patriotas

Os golpistas de extrema direita anti-democrática provocaram um dia de vergonha para eles mesmos. Ficaram mal vistos pelo povo. Mesmo porque o brasileiro não tem guerras e revoltas na sua natureza.

É um povo que gosta de paz e felicidade. Então, foi um tiro no pé toda a destruição que os extremistas produziram com sua fúria burra.

Patriotas, eles se autointitulam, mas de patriotas não têm nada. Foi horrível o que fizeram.

E, como dissemos no início, os extremistas radicais criminosos perderam feio. O que venceu foi a força da democracia brasileira.

Veja a reação dos representante dos poderes da República no Twitter:

 

Agora os tuítes de políticos internacionais:

Golpistas destruiram prédios históricos de Brasília, mas foram dispersados pela polícia e venceu a Democracia do Brasil - Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Golpistas destruiram prédios históricos de Brasília, mas foram dispersados pela polícia e venceu a Democracia do Brasil – Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil