França troca descartáveis por copos, pratos e talheres reutilizáveis

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Por Monique de Carvalho
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A França baniu reutilizáveis dos bares e restaurantes em nome do meio ambiente - Foto: inkflo / Pixabay

O estrangeiro que for à França vai se deparar com uma surpresa nos restaurantes e lanchonetes do tipo fast food: copos, pratos e talheres de material reutilizável e lavável. É a nova ordem no país para reduzir os dados à natureza e incentivar o desenvolvimento sustentável.

Daqui para frente os cerca de 30 mil restaurantes e lanchonetes franceses que vendem 6 bilhões de refeições rápidas no país, por ano, não podem mais oferecer aos clientes embalagens, copos, pratos e talheres descartáveis.

Pela lei que bane descartáveis, é preciso estar à disposição dos clientes embalagens, copos, pratos e talheres cujo material seja usado e lavado novamente.

Campanhas

As empresas intensificaram as campanhas de conscientização para informar que nada deve ser jogado no lixo.

Com a medida, houve uma série de iniciativas inovadoras, como start-ups Repulp e AlgoBlend que buscam desenvolver utensílios sustentáveis ​​e ecologicamente responsáveis ​​feitos de materiais orgânicos, como algas marinhas ou cascas de frutas cítricas.

Na França, o cálculo é que cerca de 180 mil toneladas de resíduos deixem de ser descartados.

Adaptação

A medida vale desde 1º de janeiro. Nos últimos dias, o comércio trabalha intensamente para se adaptar à lei. Houve muitas críticas dos comercianets.

Os responsáveis por redes de fast food afirma que vão gastar mais com energia e água para lavar as embalagens, pratos, copos e talheres reutilizáveis.

A European Paper Packaging Alliance (EPPA), associação que reúne os fabricantes de embalagens de papel, afirmou que a taxa de reciclagem dos produtos até então usados passava de 80%.

Plano

Após ser sede da Conferência das Nações Unidas pelas Mudanças Climáticas (COP21), em 2015, a França lançou o plano nacional Plano de Transição Energética para o Crescimento Verde (em francês,  La Transition Énergétique pour la Croissance Verte).

Neste plano, o país se compromete a uma série de metas, como diminuir a emissão de gases de efeito estufa (aqueles que provocam o aquecimento da superfície da Terra) em 40% até 2030 (em relação aos índices de 1990).

Também diminuir, até 2050, em 50% o uso de energia do consumidor final, comparados aos números de 2012, e 30% a dependência nos combustíveis fósseis (gasolina, diesel e carvão)

Plástico

Especialistas afirmam que o plástico demora milhares de anos para se decompor na natureza. E para piorar, há mais de 50 tipos diferentes de plástico e, em geral, o material é despejado nos oceanos.

Para cientistas,  até 2050, quase todas as aves marinhas terão plástico em seus organismos. Nem os pinguins da Antártica e albatrozes nascidos em ilhas e rochedos distantes do continente escaparão.

No Brasil, várias cidades vetam a distribuição gratuita de sacolas plásticas, Brasília (DF) e São Paulo, capital. O mesmo ocorre em países como Inglaterra, Irlanda, Escócia, Dinamarca, Alemanha, Portugal e Hungria. A ideia é cobrar por estas sacolas numa tentativa de mudar o comportamento dos consumidores.

Com informações da RFI e Fondationdelamer 

Na França, só reutilizáveis nos fast food. Foto: Reprodução

Os fast food da França têm de se adaptar às novas regras que banem embalagens descartáveis. Foto: Divulgação