EUA combatem racismo mudando nomes de lugares e monumentos. Exemplo!

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Por Renata Giraldi
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Para combater o racismo cultural, lugares nos EUA como Squaw Hill e Squaw Valley mudaram de nome - Foto: Mike Wilson

Os EUA querem combater o racismo cultural nos detalhes! É com esta intenção que o Departamento do Interior dos Estados Unidos anunciou que todos os monumentos e lugares do país que têm nomes ou referências que levem ao preconceito serão rebatizados.

Os cinco locais anunciados eram conhecidos pela expressão racista “squaw”, que significa “esposa pele-vermelha”, termo usado para se referir pejorativamente a mulheres indígenas.

Esses lugares ficam na Califórnia, em Dakota do Norte, no Tennessee e no Texas, regiões em que a presença indígena foi intensa.

Locais que serão rebatizados

Na Califórnia, Squaw Hill e Squaw Valley viraram Loybas Hill e Yokuts Valley, respectivamente – os termos podem ser ser traduzidos como “colina da jovem dama” e “vale do povo”.

No Texas, Squaw Mountain se tornou Lynn Creek, enquanto no Tennessee, Squawberry foi rebatizada de Partrigeberry.  Em Dakota do Norte, “Squaw Gap” virou “Homesteaders Gap”, ou “fenda dos pioneiros”.

Palavras que induzem ao racismo

“Palavras importam, sobretudo no nosso trabalho, que busca garantir que locais públicos sejam acessíveis e acolhedores para pessoas de todas as etnias”, afirmou a secretária do Interior, Deb Haaland, em nota publicada no site do departamento.

Haaland é a primeira indígena na história do país a liderar o departamento, que também cuida de questões relacionadas aos cerca de 1,9 milhão de integrantes de povos nativos americanos. O combate ao racismo está entre as bandeiras dela.

Opiniões

O líder indígena Mark Fox, da nação Mandan, Hidatsa e Arikara, elogiou a iniciativa, dizendo que há muito tempo os povos originais esperavam pela atitude.

Cerca de 70 líderes tribais participaram da consulta de nação a nação, que rendeu outras centenas de recomendações.

Joel Brown, membro de um conselho local do Condado de McKenzie, disse que moradores locais ficaram insatisfeitos porque não aprovam a interferência federal em iniciativas regionais.

Nos anos de 1960, o Departamento do Interior rebatizou locais cujos nomes incluíam termos racistas, como palavras ofensivas a negros e japoneses. Só no ano passado, as autoridades renomearam 28 áreas no estado de Wisconsin para remover “squaw”.

“Sinto uma profunda obrigação de usar minha plataforma para garantir que nossas terras e águas públicas sejam acessíveis e acolhedoras. Isso começa com a remoção de nomes racistas e depreciativos que marcaram locais federais por muito tempo”, disse a secretária Deb Haaland.

No ano passado, o Departamento do Interior dos Estados Unidos informou que 650 sítios arqueológicos seriam rebatizados.

Com informações do Departamento do Interior dos EUA e NPR 

EUA combatem racismo mudando nomes de lugares e monumentos. Foto: thinkstock

EUA combatem racismo mudando nomes de lugares e monumentos. Foto: thinkstock

Com informações do Departamento do Interior dos EUA e NPR