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Pesquisadores descobrem terapia não invasiva para ajudar crianças com TDAH
12 de agosto de 2023
- Vitor Guerras
A nova terapia para crianças com TDAH apresentou resultados significativos em 64% dos pacientes. Foto: Reprodução/Freepik.
A nova terapia para crianças com TDAH apresentou resultados significativos em 64% dos pacientes. Foto: Reprodução/Freepik.

Uma nova terapia apresentou resultados promissores contra sintomas de TDAH (transforno do déficit de atenção com hiperatividade) em crianças. Estimular o cérebro com uma leve corrente elétrica usando eletrodos no couro cabeludo mostrou ser muito eficaz.

O estudo, que foi liderado por pesquisadores da Universidade de Surrey, Inglaterra, e da Universidade Hebraica de Jerusalém, Israel, foi publicado na revista científica Translational Psychiatry.

A Estimulação transcraniana de ruído aleatório (tRNS) apresentou melhora de até 55% nas crianças que receberam o método, quando comparadas aquelas que apenas passaram pelo tratamento placebo.

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Ensaio clínico

Um ensaio clínico para testar a nova terapia para aliviar os sintomas de crianças com TDAH foi realizado.

Incluindo 23 crianças recém-diagnosticadas e não medicadas com idades entre seis e 12 anos, que foram recrutadas diretamente por médicos, professores, psicólogos e pais.

Durante todos os dias da semana, durante um período de duas semanas, os pesquisadores de Israel administraram a tRNS.

Além do eletrodo, os participantes, durante as duas semanas, participaram de atividades de resolução de problemas, compreensão de leitura e foco na interação social.

“Acredito que a comunidade científica tem o dever de investigar e desenvolver tratamentos cada vez mais eficazes e duradouros para o TDAH. As descobertas que demonstramos em nosso estudo sugerem que uma combinação de estimulação transcraniana por corrente contínua, tem o potencial de transformar a vida de crianças e famílias”, explicou Roi Cohen Kadosh, líder do estudo e professor na Surrey.

Benefícios

A técnica de eletrodos no couro cabeludo trouxe resultados de até três semanas, mesmo após o término do tratamento.

64% dos participantes relataram que sentiram os benefícios e desejam continuar com a dinâmica.

Para Mor Nahum, co-autor do estudo e professor da Universidade Hebraica, os resultados são apenas o primeiro passado de uma área muito desafiadora.

“É importante oferecer novas opções terapêuticas para o TDAH. Estudos futuros, com amostras maiores e mais variadas, devem ajudar a estabelecer isso com uma terapia viável para o TDAH e nos ajudar a entender mais sobre o transtorno”, explicou o pesquisador.

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Não invasivo

Para Ornella Dakar-Kawar, pesquisadora de pós-doutorado em Israel, a técnica revoluciona também quando o assunto é seus efeitos colaterais.

“Tratar a condição de TDAH com medicamentos melhora a capacidade de atenção e o humor das crianças; no entanto, em certos casos, pode haver efeitos colaterais, como dor de cabeça e perda do apetite”, disse.

Nesse sentido, a técnica com eletrodos se destaca.

“Os resultados do atual estudo de prova de conceito fornecem uma direção preliminar para uma nova intervenção no TDAH pediátrico”, falou Ornella.

Já Itai Berger, ex-professor de Israel e pesquisador do projeto, acredita que o tratamento não invasivo e seguro para um grande número de crianças, pode ser levado para outros transtornos do neurodesenvolvimento.

Os resultados permaneceram por até três semanas após o tratamento terminar. Foto: Reprodução/Universidade de Surrey.
Os resultados permaneceram por até três semanas após o tratamento terminar. Foto: Reprodução/Universidade de Surrey.

Com informações de Surrey University.

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