Restaurante com comida caseira feita por vovós tem fila de espera de 6 meses

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Por Vitor Guerra
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As vovós de diversas nacionalidades se revezam na cozinha do restaurante, que tem comida caseira de várias partes do mundo. - Foto: Jody Scaravella.

Imagina um restaurante administrado por vovós e que serve apenas comida caseira de várias partes do mundo? Sim, ele existe e elas estão fazendo tanto sucesso com o empreendimento, que a fila de espera para reservas chega a seis meses!

A Enoteca María é uma celebração à diversidade cultural e à tradicional culinária da vovó. Aquela comida feita com amor, carinho e que só elas sabem fazer. O dono, Jody Scaravella, abriu o restaurante em Nova Iorque, EUA, para homenagear a mãe dele.

Ele começou contratando avós italianas, de diferentes regiões do país, para cozinhar os seus próprios menus. A iniciativa deu tão certo, que ele expandiu o negócio para pratos de outras nacionalidades como do Japão, Azerbaijão, Síria, Sri Lanka, . “Todo mundo gosta dos nossos pratos, por isso, fico muito feliz”, disse Maria Gialanella, vovó de 90 anos.

Homenagem para mãe

Jody Scaravella tem 68 anos e é filho de pais italianos.

O empresário já tinha investido em outros negócios, mas sem sucesso.

Quando a mãe dele morreu, em 2007, Jody arrumou um jeito de homenageá-la.

O que mais ele sentia falta eram delícias que a senhora fazia na cozinha, aprendidos com a mãe dela.

“Ao crescer, percebi que a minha avó tinha sido o repositório da cultura e da identidade da nossa família. E descobri que, tal como ela, milhões de avós em todo o mundo transmitem esse patrimônio aos netos”, explicou.

Culinária afetiva

Aqui, nada de gourmet ou invenção de moda, apenas a verdadeira culinária afetiva das “nonas”.

Com o sucesso, ele foi abrindo as fronteiras e contratando vovós de outras nacionalidades e aprendeu a lidar com elas.

“Aprendi que não se pode pôr duas senhoras da mesma cultura na cozinha, ao mesmo tempo. Tenho a certeza de que é assim com todas as culturas – há concorrência e há questões de propriedade”, disse Jody.

A solução foi abrir a cozinha ao mundo!

O trabalho das vovós

O cardápio é rotativo, e as vovós também.

Há aquelas com contrato vitalício, mas outras que fazem temporadas no restaurante.

Entre elas, está uma vovó que vem de Taiwan todos os anos para passar um mês. Nesse período, os dumplings dengaku, feito com legumes e miso, são um sucesso.

E elas também são bem exigentes. Uma vez, Jody recebeu uma vovó grega que não gostou nada do queijo que ele usava. Ela pediu para trazer seu próprio queijo!

História semelhante a uma vovó do Sri Lanka, que não contente com os temperos em pó do restaurante, saiu para comprar suas próprias ervas frescas.

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E a Enoteca cresceu.

Hoje ele já trabalha com vovós de várias nacionalidades e o conceito é muito simples.

“A comida ajuda a unir as pessoas e as envolvem em outra cultura sem sequer perceber, de modo que os nossos preconceitos pessoais, sejam eles quais forem, deixam de estar em primeiro plano”, disse o empresário.

No momento, há 12 vovós que comandam a Enoteca e o sucesso é enorme, e a prova está nas gigantes filas que se formam todos os dias em Hyatt Street.

Olha que fofas:

Todas elas têm entre 50 e 90 anos e eu não preciso nem falar o tanto de histórias que elas carregam, né? Foto: Jody Scaravella.

As vovós têm entre 50 e 90 anos e eu não preciso nem falar o tanto de histórias que elas carregam, né? Foto: Jody Scaravella.

Aqui, os pratos são rotativos e cada um é uma surpresa. Foto: Jody Scaravella.

Aqui, os pratos são rotativos e cada dia tem uma surpresa. Foto: Jody Scaravella.

Com informações do Today