A equipe do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) salvou a vida de uma menina de 10 anos depois de 70 minutos de reanimação cardíaca.
Lara Sousa vive no DF e descobriu uma arritmia cardíaca da pior maneira possível. Ela brincava na piscina durante um aniversário, quando teve um infarto e começou a se afogar. Uma técnica de enfermagem que estava no local até tentou a reanimação, mas sem sucesso.
Os bombeiros foram acionados, o caso era grave e Lara foi mandada às pressas para o Hospital. Quando chegou, o coração da garotinha já não mais batia. Os médicos decidiram mantê-la no desfibrilador e depois de 70 minutos, a pequena voltou! “Foi emocionante ver a reação do coração após quase termos perdido a esperança”, conta Edvaner Carvalho, cardiologista no HBDF e um dos responsáveis pela reanimação.
Encaminhada de ambulância
Quando foi retirada da piscina, Lara estava com a pele roxa, dentes travados e olhos arregalados. “Nunca vou esquecer a angústia de vê-la assim”, disse Helen Ketlen Sousa, dona da casa onde a festa acontecia.
Com a mandíbula travada, era impossível tirar a água de dentro da garotinha e a cada minuto, o caso ficava mais grave.
Da casa, Lara foi levada ao Hospital de Planaltina e os médicos indicaram que a pequena precisa de uma UTI com urgência.
Sem a falta de leito disponível, a criança voltou para a ambulância, que saiu em disparada ao HBDF. A mãe, Helen, de 29 anos, acompanhava tudo no banco da frente.
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Não desistiram
No HBDF, a paciente foi colocada imediatamente no desfibrilador. O coração já não respondia, mas os médicos não desistiram de Lara. E ela não desistiu de lutar.
Foram 70 minutos de angústia, até que o coração da criança respondesse. Com o órgão estável, era a hora de retirar a água dos pulmões com drenos.
Como os profissionais de saúde não faziam ideia de quais foram os danos causados pela parada, Lara precisou ficar entubada por cinco dias.
Cirurgia inédita
Depois do primeiro susto, o diagnóstico veio. Lara tem uma arritmia cardíaca, problema que aumenta o risco de paradas cardíacas.
A garotinha passou por uma cirurgia inédita. Foi a primeira criança brasilense a receber um cardiodesfibrilador implantável na rede pública do DF.
O funcionamento do equipamento é bem parecido com um marcado e ajuda pessoas com batimento cardíaco lento.
Ao detectar uma arritmia, o desfibrilador aplica um choque da intensidade adequada para fazer com que o coração volte ao normal.
Se recuperando
Apesar de tudo, Lara teve alta, se recupera bem e teve pouquíssimas sequelas.
Para a mãe, a menina é um milagre e o momento agora é de ter calma.
“Ela ainda está muito assustada. Tem medo que as pessoas a toquem e tem estudado muito sobre seu tratamento. Até nos acostumarmos a essa vida nova, cada momento será um aprendizado”, finalizou Helen em entrevista ao Metrópoles.