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Inédito: médicos fazem transplante de olho inteiro e paciente se recupera bem
11 de setembro de 2024
- Monique de Carvalho
O primeiro transplante de olho inteiro significou um avanço para a medicina. - Foto: Joe Carrota/ NYU Langone Staff
O primeiro transplante de olho inteiro significou um avanço para a medicina. - Foto: Joe Carrota/ NYU Langone Staff

Um transplante inédito de olho inteiro foi realizado pela primeira vez e graças a habilidade dos médicos e toda tecnologia envolvida, o paciente está muito bem.

A cirurgia aconteceu em maio de 2023, no hospital NYU Langone Health, em Nova York. Um ano após o procedimento, o paciente, Aaron James, um militar norte-americano de 46 anos, tem uma rotina quase normal, superando as expectativas dos especialistas.

A recuperação surpreendeu a equipe médica, que divulgou os resultados em um artigo na revista Jama. “Estamos realmente surpresos com a recuperação de Aaron, sem episódios de rejeição”, contou Eduardo D. Rodriguez, cirurgião que liderou a equipe no procedimento.

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Fcou cego após acidente

Aaron James viu a vida mudar em 2021, após levar um choque elétrico que resultou na perda do olho esquerdo e ferimentos graves no rosto.

Após várias cirurgias reconstrutivas, ele foi escolhido para participar de um transplante de face parcial, incluindo um olho inteiro. O acidente também comprometeu a capacidade dele de realizar atividades simples, como mastigar ou sentir cheiros.

Em 2023, a cirurgia foi realizada, e, desde então, a recuperação de Aaron tem sido considerada um verdadeiro sucesso.

Ele relatou que, após a operação, sente-se mais confiante e feliz, destacando a melhora em sua qualidade de vida e a alegria de poder retomar pequenas ações cotidianas.

“Este foi o ano mais transformador da minha vida”, afirmou em entrevista ao hospital.

O transplante

A cirurgia, que envolveu mais de 140 profissionais, trouxe à tona a possibilidade de preservação de funções sensoriais em transplantes complexos.

O Dr. Eduardo revelou que o transplante de olho inteiro manteve a pressão e o fluxo sanguíneo normais, um feito impressionante que desafia os resultados anteriores observados em modelos animais.

Embora Aaron ainda não enxergue pelo olho transplantado, a eletrorretinografia — exame que mede a resposta da retina à luz — mostrou sinais de vida nos bastonetes e cones, células nervosas responsáveis pela visão.

Essa descoberta abre portas para mais pesquisas sobre a restauração da visão em futuros transplantes oculares.

“Agora, nossa missão é descobrir como conectar o olho ao cérebro para restaurar a visão.”, disse o médico.

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Um novo começo

Para Aaron, o transplante significou mais do que a recuperação física.

“Recebi o presente de uma segunda chance e não desvalorizo um único momento”, disse.

A possibilidade de transplantes de olhos com sucesso está cada vez mais próxima, de acordo com os especialistas que participaram do caso de Aaron.

A oftalmologista Vaidehi S. Dedania, que acompanhou de perto a recuperação do paciente, destacou a importância do procedimento.

“Este é o primeiro estudo que demonstra a viabilidade de um transplante de olho inteiro junto com o rosto. Os resultados são incríveis e podem abrir caminho para novos avanços.”

Atualmente, pacientes que perdem um globo ocular podem recorrer a próteses estéticas, mas a recuperação da visão ainda é um grande desafio.

A ligação entre o olho e o nervo óptico é a barreira que a medicina tenta superar, algo que os médicos estão cada vez mais próximos de alcançar, graças a casos como o de Aaron.

Você pode acompanhar o caso completo do Aaron pela revista científica Jama, clicando aqui.

Evolução do caso do Aaron durante 1 ano - Foto: NYU Langone
Evolução do caso do Aaron durante 1 ano – Foto: NYU Langone

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