Médicos realizam primeiro transplante de pulmão com máquina que avalia órgãos

O Reino Unido alcançou um marco na medicina. Pela primeira vez na história, médicos locais realizaram um transplante de pulmão utilizando uma máquina que permite avaliar órgãos de forma mais precisa. O procedimento diminui os riscos de rejeição.
Daniel Evans-Smith, de 49 anos, foi o primeiro paciente a receber um transplante duplo de pulmão no Royal Papworth Hospital, em Cambridge. A técnica usada, chamada de perfusão pulmonar ex vivo (EVLP), recondiciona os pulmões de doadores em uma máquina especial, fora do corpo.
O sistema de perfusão pode até melhorar a função dos pulmões antes do transplante, o que no caso de Daniel foi essencial para o sucesso da operação. Na lista de espera por um órgão, a situação do homem era grave. Após o procedimento, ele mudou de vida completamente, já consegue caminhar e voltou ao trabalho.
Marco histórico
Segundo médicos envolvidos no procedimento, a tecnologia de perfusão pulmonar ex vivo aumenta significativamente o número de transplantes bem-sucedidos.
A técnica conecta os pulmões a uma máquina e permite a perfusão, ou seja, a passagem de líquido através do sistema circulatório e linfático.
Nesse sentido, o ambiente do corpo humano é simulado externamente e faz com que os pulmões, retirados do doador, “voltem” a funcionar.
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Benefícios da técnica
E os benefícios são muitos. Após serem removidos do corpo do doador, os pulmões são colocados em um recipiente com gelo e, quando chegam ao hospital, passam para a máquina.
Com os órgãos na máquina, a equipe médica ganha tempo para avaliar as condições.
Caso não haja nenhuma falha, os pulmões são liberados para o transplante. Além disso, a máquina conserva os pulmões de maneira mais eficiente do que o gelo, uma vez que está simulando o corpo humano.
O caso de Daniel
O Reino Unido já havia registrado transplantes EVLP, mas eles se limitaram, em grande parte, a ensaios clínicos ou máquinas diferentes daquela usada no caso de Daniel.
Ex-fumante há 12 anos, Daniel desenvolveu doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). A enfermidade causa dificuldades respiratórias, que pioram com o tempo.
Na lista de espera do transplante desde junho, a perfusão pulmonar ex-vivo salvou sua vida.
“Consigo caminhar”
Agora, o homem já consegue realizar ações que antes pareciam impossíveis.
“O transplante já fez uma grande diferença. Não tive resfriado, infecção no peito ou sintomas que eu vinha sofrendo nos anos anteriores até agora, o que é devido à qualidade dos pulmões”, disse em entrevista ao Royal Papworth.
“Já consigo caminhar mais do que antes, subir colinas sem pensar e não preciso descansar com tanta frequência”, completou.
Daniel vai seguir em avaliação e cuidados especializados, mas começou uma nova história.
“Não posso agradecer o suficiente ao meu doador e sua família. Mesmo neste curto período de tempo após o transplante, minha vida melhorou de onde eu estava nesta época no ano passado”, finalizou.

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