Só Notícia Boa
Comercial

Primeira cirurgia do mundo contra depressão crônica é realizada com sucesso na Colômbia

Monique de Carvalho
15 / 08 / 2025 às 08 : 35
Lorena Rodríguez foi operada no Hospital Internacional da Colômbia. Essa foi a primeira cirurgia do mundo contra depressão crônica e ela melhorou muito.— Foto: Divulgação/Willam Contreras
Lorena Rodríguez foi operada no Hospital Internacional da Colômbia. Essa foi a primeira cirurgia do mundo contra depressão crônica e ela melhorou muito.— Foto: Divulgação/Willam Contreras

Depois de mais de 20 anos convivendo com crises de ansiedade e episódios depressivos, a colombiana Lorena Rodríguez, de 34 anos, vive um recomeço. Ela se tornou a primeira pessoa no mundo a passar por uma cirurgia inédita de estimulação cerebral profunda com quatro eletrodos para tratar a depressão crônica.

A operação foi conduzida pelo neurocirurgião William Contreras, no Hospital Internacional da Colômbia, e é considerada um marco na medicina. O procedimento, jamais descrito antes na literatura científica, mirou diferentes regiões do cérebro associadas ao humor, à motivação e à tristeza profunda.

Para Lorena, que já havia tentado inúmeros tratamentos sem sucesso duradouro, a cirurgia representou mais do que um ato médico: foi um renascimento. “Escolhi a vida mais uma vez e, desta vez, com esperança real”, disse.

Comercial

Remédios não funcionavam

Os primeiros sinais da doença apareceram na adolescência. Lorena descreve que vivia “no piloto automático”, sentindo tristeza constante, ansiedade e um vazio que não passava mesmo em momentos que deveriam ser felizes.

Com o tempo, surgiram também enxaquecas e a dificuldade de realizar tarefas simples, como levantar da cama. O diagnóstico foi de transtorno misto de ansiedade e depressão resistente, um quadro que não respondeu a mais de cinco tipos de antidepressivos, ansiolíticos e estabilizadores do humor, além de psicoterapias, meditação, mudanças de ambiente e práticas espirituais.

“Meu próprio cérebro parecia me trair”, informou ao g1.

Leia mais notícia boa:

Casos em que é indicada

A possibilidade surgiu quando Lorena acompanhou a sobrinha a uma consulta com o Dr. Contreras. Ao saber que ele também operava casos graves de depressão, ela decidiu escrever para o médico e contar sua história.

O especialista explicou que a estimulação cerebral profunda (DBS) é indicada quando todos os tratamentos convencionais falham. “Ela oferece modulação contínua e reversível dos circuitos cerebrais ligados ao humor e à motivação, ajustando a atividade elétrica dessas áreas para aliviar os sintomas”, disse o médico Contreras.

No caso de Lorena, a equipe optou por uma abordagem inédita, colocando quatro eletrodos — dois em cada hemisfério — para atingir regiões diferentes do cérebro, algo nunca feito antes para esse tipo de doença.

Como foi o procedimento

A cirurgia começou com um mapeamento detalhado do cérebro por ressonância magnética e tractografia, técnica que mostra como as fibras nervosas se conectam. Com essas informações, os médicos definiram os pontos exatos para estimulação.

Os eletrodos foram implantados no córtex cingulado subgenual (SCG25), ligado à tristeza profunda, e no braço anterior da cápsula interna, que conecta áreas do pensamento racional às emoções. Durante parte da operação, Lorena permaneceu acordada para que os médicos testassem estímulos em tempo real.

“A novidade foi realizar o procedimento com base direta nos sintomas, ajustando a estimulação para cada rede cerebral envolvida, como ansiedade, culpa e ruminação”, explica Contreras.

Recuperação rápida

No dia seguinte, Lorena disse ao médico que sentia “como se tivesse tirado um peso do peito”. Nos primeiros dias, ainda houve dores de cabeça e cansaço, mas também uma percepção clara de mudança.

“É como se a luz estivesse entrando por frestas que antes estavam fechadas”, conta. Quatro meses após a operação, ela relata que voltou a fazer planos, retomou atividades simples e se sente estável, como nunca viveu antes.

Divisor de águas

Para o neurocirurgião, o caso é um divisor de águas: “Mostra que a América Latina tem capacidade científica e tecnológica para oferecer tratamentos de ponta, sem que o paciente precise buscar alternativas fora do continente.”

Lorena, agora, resume sua nova fase com poucas palavras: “Não estou apenas sobrevivendo. Estou vivendo.”

Que notícia boa, não? Que chegue logo ao Brasil essa técnica!

Lorena Rodríguez foi operada no Hospital Internacional da Colômbia. Essa foi a primeira cirurgia do mundo para depressão crônica — Foto: Divulgação/Willam Contreras
Lorena Rodríguez foi operada no Hospital Internacional da Colômbia. Essa foi a primeira cirurgia do mundo para depressão crônica — Foto: Divulgação/Willam Contreras
Comercial
Notícias Relacionadas
Comercial
Últimas Notícias
Comercial
Mais Lidas
Comercial
Mais Notícia Boa
Comercial