Transplante inovador faz corpo de diabético produzir a própria insulina; 1ª vez no mundo

Vai ciência! Um paciente diabético tornou-se o primeiro no mundo a produzir a própria insulina, depois de um transplante inovador. Com diabétes tipo 1, ele recebeu células transplantadas editadas com CRISPR.
A técnica impediu que o sistema imunológico dele atacasse as células, levando à produção de insulina no pâncreas como se ele nunca tivesse tido a doença.
O estudo, publicado no New England Journal of Medicine, foi feito por pesquisadores biomédicos da Universidade de Uppsala, na Suécia, em colaboração com a Universidade da Califórnia em São Francisco (EUA).
Fim das injeções diárias?
Hoje, 9,5 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de diabetes tipo 1 e não há cura.
Ao contrário do diabetes tipo 2, que se agrava rapidamente, o tipo 1 se manifesta como uma doença autoimune em que o sistema imunológico do paciente ataca e destrói um tipo de célula criada no pâncreas para produzir insulina, conhecida como células das ilhotas.
O padrão de tratamento, além das injeções diárias de insulina, envolve o uso de células das ilhotas doadas para permitir que o metabolismo do paciente funcione normalmente, seguido por medicamentos usados para impedir que o sistema imunológico ataque essas células. Esses medicamentos têm efeitos colaterais prejudiciais.
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O novo transplante
Os pesquisadores biomédicos usaram com sucesso o método de edição genética CRISPR para coletar células de ilhotas de um doador e modificá-las de forma a evitar a ação do sistema imunológico do paciente.
Foram necessárias três alterações no código genético para garantir que as células do doador transplantadas não desencadeassem uma resposta imunológica, incluindo alterações nas proteínas sinalizadoras da membrana celular, usadas como sinal de ataque por glóbulos brancos.
Como estudo preliminar, o homem recebeu apenas uma pequena quantidade das células doadas modificadas, o que significa que ele ainda precisa de injeções diárias de insulina.
No entanto, os resultados mostram que as células produziram sua própria insulina e permaneceram inalteradas pelo sistema imunológico.
Resultado após 3 meses
Após 12 semanas, as células do paciente ainda produziam insulina endógena.
Esta foi a porta de entrada para os cientistas investirem mais no estudo.
Agora, eles querem fazer novos experimentos de longo prazo e mais robustos.
