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Brasileiro vence prêmio Fotógrafo de Astronomia do ano; premiação internacional

Monique de Carvalho
18 / 10 / 2025 às 07 : 47
Marcelo Fernandes ganhou o prêmio de melhor fotógrafo de astronomia do mundo - Foto: Marcelo Fernandes
Marcelo Fernandes ganhou o prêmio de melhor fotógrafo de astronomia do mundo - Foto: Marcelo Fernandes

O professor brasileiro Marcelo Adorna Fernandes, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), foi reconhecido como Fotógrafo de Astronomia do Ano pelo Royal Observatory Greenwich, na Inglaterra, uma das premiações mais prestigiadas do mundo nessa área. A imagem vencedora, que retrata a Nebulosa Eta Carina, foi capturada em São Carlos (SP) e destacou-se entre 5.882 fotografias inscritas por competidores de 68 países.

A conquista é um marco para a astrofotografia brasileira, já que a obra de Fernandes foi a única representante do país entre as selecionadas. O trabalho faz parte do livro Astronomy Photographer of the Year 2025, publicação anual do Royal Observatory Greenwich que reúne as 140 melhores imagens astronômicas do planeta. Desde setembro, as fotos premiadas estão em exibição no Museu Marítimo Nacional, em Londres.

Com mais de quatro décadas dedicadas à observação do céu e à divulgação científica, Fernandes concilia a carreira de paleontólogo e astrônomo amador, transformando o quintal da própria casa em um espaço de pesquisa e inspiração.

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A imagem

A fotografia vencedora mostra a Nebulosa Eta Carina, uma das regiões mais brilhantes e complexas da Via Láctea, situada a cerca de 7.500 anos-luz da Terra. O registro foi feito em São Carlos, utilizando equipamentos instalados no Observatório Kronos, estrutura de nove metros quadrados construída por Fernandes.

O observatório abriga diferentes telescópios, incluindo um modelo newtoniano de 250 milímetros de diâmetro, montado por ele mesmo. As imagens capturadas revelam luzes que viajaram milhares ou até milhões de anos antes de alcançar a Terra, um detalhe que o pesquisador relaciona diretamente à própria área de atuação.

“Como paleontólogo, estudo o passado por meio de fósseis. Na Astronomia, também olhamos para o passado, pois a luz das estrelas que observamos hoje partiu há muito tempo. São, de certo modo, fótons fósseis”, explica o docente.

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Trajetória 

Natural de Araraquara (SP), Marcelo Fernandes se interessou pela Astronomia ainda na adolescência. Foi um dos fundadores do Grupo de Astrônomos Amadores (Gama) e o primeiro observador da região a identificar o cometa Halley, em 1985. Desde então, vem promovendo ações para aproximar o público da ciência, como exposições e observações abertas em praças públicas.

Além de ministrar aulas na UFSCar, o professor também colabora com o Observatório Astronômico da universidade, reforçando o compromisso com a popularização do conhecimento científico. Nos últimos anos, passou a se dedicar mais intensamente à astrofotografia, técnica que une ciência, paciência e arte.

O reconhecimento internacional veio acompanhado de outras conquistas: recentemente, uma imagem de Fernandes retratando a Nebulosa Cabeça de Golfinho foi publicada nas Efemérides Astronômicas do Observatório do Valongo 2025, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Para ele, o prêmio recebido em Londres é mais do que um reconhecimento individual: representa a força da curiosidade e da educação científica. “A Astronomia é uma das ciências mais inclusivas, porque desperta fascínio em qualquer pessoa disposta a observar o universo”, afirmou ao São Carlos Agora.

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