“Ter” e “ser”… e nada em questão

Ou insurgir-nos contra um mar de provações
E em luta pôr-lhes fim?”…
Hamlet de William Shakespeare
O homem se preocupa tanto em “ser” ou “ter”. Mas esquece que pode ser “e” ter. É como o “yin yang”, da filosofia chinesa, equilibrando forças do bem e do mal.
Minha filha de 10 anos, Lorena, me perguntou durante um almoço: ”Mamãe, o que é melhor? Ser popular ou ter conteúdo?
Pensei e antes que respondesse a amiguinha dela foi ao ponto: os dois né tia?
Caramba! Se todo mundo pensasse assim, quantos “bullyings” iríamos evitar?
Hoje, ouvi uma notícia sobre o rei Pelé, que voltaria a jogar pelo Santos, após um convite, aos 70 anos, na chamada melhor idade. A iniciativa foi chamada de marketing do bem. Adorei!
Há quem diga que ele não vai parar sua agenda pra isso, nem teria preparação física pra tanto. Mas tai um cara que sempre soube “ser” e “ter”.
Outro marketing fabuloso é o do diretor brasileiro Carlos Saldanha. Garoto-propaganda da Nextel, com carreira bem sucedida nos Estados Unidos, com os filmes Era do Gelo, Robôs e o encantador Rio:
“Se você quer ser um pássaro, mesmo não sabendo voar, não tenha medo de tentar”. E se mostra: “Mesmo não sendo o melhor em nada, um dia acreditei que podia voar mais alto: fiz A Era do Gelo 1, 2, 3 e o filme Rio. Essa é minha vida.”
É isso ! A humanidade tem que se libertar das suas próprias convenções.
Quem nunca mascarou sua realidade pra não desagradar a maioria? Isolou suas idéias pra não acabar isolado? Um desperdício! Poderia usar o “ser” e o “ter” com sabedoria.
Aprisionado dentro da sua falsa ilusão, de poder e dinheiro, o homem esconde a sua originalidade. Sobrepõe o “ter” ao “ser”.
Não há dinheiro no mundo que pague o bem estar de pensar, agir, trabalhar e, sobretudo, criar, sem termos, a tão sonhada liberdade.
Então “tenha” dinheiro, mas olhe-se no espelho e “seja”suas inquietudes.
Faça algo inacreditável, impossível. Dê vazão a sua imaginação e invente uma forma de entrelaçar o mundo. Compartilhe. A humanidade está na contramão e ruma para o individualismo.
Nunca é tarde, como no caso do rei Pelé . E mesmo não sendo o melhor em nada, como disse o gênio Carlos Saldanha, acredite, dá pra voar.
Nós acreditamos. Estamos “sendo”, compartilhando e decolando o que “temos”: SóNotíciaboa.
Andréa Fassina.