Coma: cientistas conseguem se comunicar com paciente em estado vegetativo

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A teoria do espiritismo, de que em coma o espírito permanece ligado ao corpo, ganha força agora na ciência.
Um grupo de cientistas europeus conseguiu estabelecer comunicação com um paciente em estado vegetativo.
Ele respondia mentalmente “sim” ou “não” às perguntas dos estudiosos.
A pesquisa, publicada no New England Journal of Medicine, diz que o paciente está nessa condição vegetativa há sete anos, quando sofreu um acidente de trânsito.
Os médicos das universidades de Cambridge, na Inglaterra, e de Liège, na Bélgica, pediram ao paciente belga que imaginasse atividades motoras, como jogar tênis, para responder “sim”, e imagens espaciais, como ruas, para indicar “não”.
Os especialistas sabiam que cada tipo de pensamento ativaria uma área diferente de seu cérebro.
Por meio de uma técnica de Imagem por Ressonância Magnética Funcional, que monitora a atividade cerebral do paciente em tempo real, eles puderam identificar suas respostas.
O paciente respondeu corretamente a cinco das seis perguntas sobre sua vida pessoal. Ele confirmou, por exemplo, que seu pai se chamava Alexander.
“Nós ficamos atônitos quando vimos os resultados do exame do paciente. Ele foi capaz de responder corretamente às questões que fizemos simplesmente alterando seus pensamentos”, disse Adrian Owen, professor de neurologia da Universidade de Cambridge e um dos coordenadores da pesquisa.
A pesquisa
No total, o grupo trabalhou com 54 pacientes que sofrem de desordem de consciência, dos quais 23 estão em estado vegetativo.
5 deles foram capazes de voluntariamente alterar sua atividade cerebral. 3 demonstraram inclusive algum grau de consciência, mas os outros dois não necessariamente mudaram seus pensamentos conscientemente.
estudo abre o caminho para que o paciente em estado vegetativo possa tomar decisões quanto ao seu tratamento.”Você poderia perguntar se os pacientes sentem dor e então prescrever algum analgésico, e você poderia ir além e perguntar a eles sobre seu estado emocional”, explicou.
Detalhes em O Globo e na BBC Brasil