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Vamos repensar a idade! Artistas e profissionais com 70 anos têm muito a oferecer

Rinaldo de Oliveira
25 / 09 / 2012 às 00 : 00
caetano|bibi|FHC
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Por Roberto Garini
Na música Caetano, Gil, Chico Buarque, Roberto Carlos, Erasmo Carlos são os primeiros nomes que me vem à cabeça, dos homens.
Gal, Maria Bethânia, Cláudia, Ana de Holanda, das mulheres.
Todos com mais de 70 anos ou quase 70 e continuam sendo os grandes compositores e cantores da música brasileira.

Tem uns que lembramos só de vez em quando, porque são instrumentistas e arranjadores: César Camargo Mariano, Sérgio Mendes, Jorge Mautner, Amilton Godoy, Nelson Ayres e por aí vai.
Para continuar a lista, que tal Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Milton Nascimento e o pai de todos, João Gilberto?
O fato reafirma uma notícia que demos dia desses aqui no SoNotíciaBoa: a meia-idade agora começa aos 55 anos. Releia aqui.
Os tempos mudaram e as pessoas de 70 anos, ou mais, ainda tem muita lenha pra queimar e qualidade para apresentar nos seus ofícios.
Quer mais exemplos?
bibi
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No teatro, Bibi Ferreira, Antônio Fagundes, Lima Duarte, Tônia Carrero, Marco Nanini, Jose Wilker, Osmar Prado, Toni Ramos… todos com mais de 60 anos quase chegando aos 70.
Na arquitetura, Oscar Niermaier, com mais de 100 anos e ainda fazendo projetos.
Na literatura, Nélia Pignon e Paulo Coelho.
Na medicina temos o ex-ministro Adib Jatene, que também está aposentado como professor por ter mais de 70 anos.
Na mesma situação, Paulo Vanzoline e Miguel Srougi, que há dois meses receberam o prêmio Fundação Conrrad Wessel.

Esta pequena amostra de gente em pleno vigor intelectual é suficiente para provar que não se deve colocar a aposentadoria como o fim dos trabalhos?
Veja que o jurista, Dalmo de Abreu Dallari, e os ministros do Supremo Tribunal Federal Cézar Pelluzo, Eros Grau e Sepúlveda Pertence foram aposentados pela ”compulsória”, uma obrigação questionável, que ocorre quando o profissional completa 70 anos de idade.
Será que somos um país tão repleto de gênios, que podemos “mandar para casa” gente como os citados, que têm uma história de dar inveja a qualquer ganhador de prêmio?
FHC
FHC
Por falar em prêmio internacional, nosso ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com quase 80 acaba de ganhar o prêmio Máximo de Letras do Congresso Americano, por sinal nunca antes dado a um estrangeiro.
Ah, ia me esquecendo: FHC está aposentado pela compulsória da USP.
Então eu me pergunto: por que até hoje não se pensou que um profissional de mais idade sabe mais, porque simplesmente viveu mais?
Ele tem no mínimo mais experiência que um formado há cinco ou dez anos.
Este texto não é uma lamentação, se assim está parecendo, mas um alerta!
Por que nas artes não se olha a idade, muito ao contrário, e nas profissões técnicas isto é posto como um empecilho?
Tenho muita fé que algum dia vamos dar boas notícias para profissionais de 70 anos de qualquer ofício.
Depois da aposentadoria, esses profissionais cheios de bagagem e história poderão ir para institutos e academias servir e instruir jovens ingressantes nas carreiras publicas.
Garanto que teríamos melhores, professores, médicos, engenheiros, advogados, juízes, promotores… Mas isso é assunto para a nossa próxima coluna.
Quanto aos artistas, esses, felizmente, não se aposentam nunca. Repito: felizmente!
roberto.garini@sonoticiaboa.com.br
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