Ratos já salvaram 2 mil vidas em Moçambique: descobrem minas terrestres

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Quem poderia imaginar que ratos seriam festejados por salvarem vidas?
É o que está acontecendo em Moçambique, na África, onde milhares de pessoas já morreram, ou ficaram mutiladas, em explosões de minas terrestres, enterradas durante as guerras que terminaram há 20 anos.
Com faro aguçado e uma estatura que deixa o focinho colado ao chão, os roedores estão ajudado a encontrar as bombas.
Elas são um perigo mortal, que ronda diversas lavouras da região
Por serem de tratamento simples, de treinamento fácil e leves o suficiente para não detonar acidentalmente os explosivos, os ratos tem sido uma solução barata e natural.
Até agora nenhum deles foi vítima de explosão.
Em um campo em Gondola, na província de Sofala, técnicos e bichinhos passam dias em treinamento antes de ir para áreas minadas.
Eles usam plaquinhas, que indicam onde tem minas a um metro e a três metros de distância.
Quando o roedor acha a mina, ele volta a ganha comida.
O trabalho é desenvolvido pela Apopo, uma organização belga, que atua em parceria com o instituto de desminagem de Moçambique.
Nos últimos anos, os ratos encontraram pelo menos 2,4 mil minas no país, além de milhares de outros explosivos e munições.
A área devolvida aos agricultores já passa de 7, mil quilômetros quadrados, cinco vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
Hoje, nas áreas isoladas, só os ratos entram.
Onde eles apontam qualquer sinal de explosivos, a equipe técnica faz uma nova varredura. Alfredo Adamo, que viveu em áreas minadas, sente orgulho de poder contribuir para a recuperação dos campos.
“Vou pra casa e consigo ver os campos a serem cultivados e aldeias a crescerem. Isso deixa muito orgulhoso e muito feliz com o trabalho”, diz.
E já nem liga mais que os ratos, animais que considerava tão repugnantes, agora são seus grandes e inseparáveis companheiros de trabalho.
Com informações do G1.