Nova técnica para tratar próstata aumentada é aprovada no Brasil

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Um parecer aprovado pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) abre caminho para o Brasil usar uma técnica menos invasiva para tratar o aumento benigno da próstata (hiperplasia), problema que atinge cerca de 50% dos homens com mais de 50 anos.
Trata-se da embolização das artérias da próstata, que pode servir como alternativa a medicamentos e a outros procedimentos cirúrgicos.
A técnica foi desenvolvida por médicos do Hospital das Clínicas de São Paulo, onde vem sendo usada na forma de pesquisa, e já está sob avaliação do governo americano.
Ela consiste no uso de um pequeno tubo, que entra pela virilha e, guiado por um aparelho que emite raio X, percorre vasos sanguíneos até a próstata.
Lá, uma substância é liberada para obstruir parte do fluxo sanguíneo que alimenta a próstata, favorecendo a redução de seu tamanho e, assim, reduzindo a pressão do órgão sobre a uretra, diz Francisco Carnevale, chefe do serviço de radiologia intervencionista do HC.
A anestesia é local, e o paciente pode deixar o hospital no mesmo dia.
Sucesso
Miguel Srougi, professor titular de urologia da USP, diz que o procedimento foi utilizado em cerca de 60 pacientes nessa fase de pesquisa.
Mais de 50 deles voltaram a urinar normalmente, sendo que não houve complicações em nenhum dos casos.
Segundo Srougi, a técnica é segura e apresentou resultados sólidos, embora haja algumas críticas no meio médico sobre o procedimento.
“Se [a técnica] pegar, a cirurgia mais realizada em próstata vai deixar de ser feita num grupo grande de pacientes”, afirma o médico.
Cacilda Pedrosa, relatora do parecer do CFM, diz que ainda será preciso que o conselho aprove uma resolução sobre o tema para que o procedimento seja liberado em definitivo, o que deve ocorrer entre janeiro e fevereiro, diz.
O procedimento da embolização já é usado no país, mas para outras finalidades, como atacar miomas uterinos e tumores no fígado.
Alberto Azoubel Antunes, urologista que chefia o serviço de próstata do Hospital das Clínicas, explica que a nova técnica beneficia sobretudo pacientes com obstrução leve –a maior parte dos casos–, aliviando sintomas como ardor e urgência para urinar e jato fraco de urina.
Com informações da Folha.