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Giuseppe Fassina, 124 anos depois: homenagem

Rinaldo de Oliveira
28 / 09 / 2014 às 00 : 00
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Fotos: AF/SóNotíciaBoa
Por Andréa Fassina
Você nunca se perguntou de vieram seus ancestrais? De onde são as suas raízes, sua origem, sua família?
124 anos depois, eu fiz o trajeto de retorno do meu bisavô, Giuseppe.
Voltei as origens da minha família, ao chegar a antiga Igreja de S. Biaggio de Caltana – de 1759 – onde ele foi batizado.
Giuseppe nasceu em Caltana, uma fração da cidade de Santa Maria di Sala, a 30 km de Veneza.

A volta ao começo de tudo representa pra todo descendente de italiano um resgate e ao mesmo tempo um reconhecimento da luta por melhores condições de um povo.

Giuseppe Fassina
Em 1890 ele era um jovem imigrante que saía da sua casa, numa cidadezinha no norte da Itália, com pai, mãe e irmãos, rumo ao desconhecido.
Para tentar vida nova e escapar dos dias difíceis, da pobreza e da crise na Europa, Giuseppe cruzou o Oceano Atlântico num navio por dias e meses. Na bagagem apenas esperança.

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Em alto mar conheceu Clarice Terrazzi, nossa bisavó, com quem se casou e viveu por décadas.

Eles foram para Santa Rita do Passa Quatro, no interior de São Paulo.
Lá Giuseppe trabalhou na lavoura de café e a família se multiplicou.
Teve 5 filhos, 11 netos e perdi a conta de quantos bisnetos… (rs)


Reconhecimento
Na minha bagagem, hoje, carrego agradecimento por dias melhores e perspectiva de que a luta desse italiano Fassina, Giuseppe, não foi em vão.
Sinceramente, acredito que ele não iria imaginar que a querida Itália dele ainda estivesse inteira, que Veneza ainda estivesse de pé no meio da água.

Evolução
O mundo evoluiu, a “bella bota” sobreviveu e se uniu a união européia, proporcionando a todos os italianos e dependentes um mundo globalizado e cheio de oportunidades.
Oportunidade que ele não teve aqui no Veneto.
Oportunidade que ele não teve de retornar à terra querida.
Histórias
Tem histórias do bisavô que viraram lenda.
A primeira é de que ele não usava sapatos durante a semana pra guardá-los pra missa de domingo.
A outra é de que ele fugia das fotografias, por isso, nem sei como é o seu rosto.

Os Fassina

Hoje, eu e minha “sorrelfa” Deusa encontramos alguns resquícios, como a igreja de S.Biaggio, onde ele pisou quando criança.
Alguns parentes que talvez nem consigam mais identificar um laço de sangue e nem do que o meu bisavô foi ainda moram na cidade.

Desconhecidos, porém sobreviventes os Fassina permanecem no comércio, na escola, seguindo a vida, sem muitos problemas.
Hoje eu fiz aquilo que sempre sonhei: voltar pela rota do mesmo Oceano e encontrar de novo aquilo que ele deixou pra trás.
Por você Giuseppe, Peppe, nós fizemos isso!

Terra

O Brasil está na Itália e mesmo não sendo o melhor do mundo em desenvolvimento, foi ele quem te acolheu.
E foi o Brasil que trouxe de volta pra Itália suas bisnetas pra te fazer uma pequena, mas justa homenagem.
Bravíssimo Giuseppe Fassina.
Obrigada a todos os Giuseppes imigrantes!


Foto: Deusa e Andréa Fassina/bisnetas
Da redação do SóNotíciaBoa
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