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Vírus da herpes pode curar câncer de pele

Rinaldo de Oliveira
28 / 05 / 2015 às 00 : 00
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Foto: BN

Uma estirpe geneticamente modificada do vírus do herpes pode travar a progressão do câncer de pele, matar as células cancerígenas e incentivar o sistema imunológico a combater os tumores.
A conclusão é de uma pesquisa feita por cientistas de todo o mundo, publicada na revista científica Journal of Clinical Oncology.
Os especialistas, coordenados por uma equipe britânica do Institute of Câncer Research e da Royal Marsden NHS Foundation Trust, em Inglaterra, chegaram aos benefícios usando a imunoterapia viral, num ensaio clínico com humanos.
 
Como
A nova terapia, chamada “T-VEC”, está numa estirpe modificada do vírus do herpes simples tipo 1.
Ela é capaz de se multiplicar no interior das células cancerígenas e de arrebentá-las de dentro para fora, incitando o sistema imunológico, ao mesmo tempo, a atacar e a destruir os tumores. 
 
Para o fazer entrar em ação contra o câncer, os cientistas retiraram ao vírus dois genes fundamentais, impedindo a sua replicação nas células saudáveis e limitando a sua ação às células doentes que, devido à infeção e aos erros genéticos, são mais vulneráveis, revela o instituto britânico.

A equipe recrutou 436 pacientes com melanoma maligno agressivo e inoperável para o teste.
 
Cerca de 16,3% dos pacientes que receberam injeções de “T-VEC” apresentaram uma resposta duradoura ao tratamento ao longo de mais de seis meses.

Alguns dos participantes tratados continuaram a responder bem à terapia durante um período de três anos e entraram em remissão.
 

Segundo a equipe, a terapia aumentou também em cerca de 50% o tempo médio de sobrevivência dos pacientes (de 21,5 para 41 meses) e mostrou ser especialmente eficaz em casos em que o melanoma estava menos avançado, ou em que os pacientes ainda não tinham recebido quaisquer tratamentos.

Possível tratamento 
De acordo com os pesquisadores, estes resultados indicam que o “T-VEC” tem potencial para vir a ser um tratamento de primeira linha para o melanoma metastizado, que não pode ser removido cirurgicamente.

 
“Há um entusiasmo crescente em relação ao uso de tratamentos virais como o ‘T-VEC’ porque eles são capazes de desencadear um ataque duplo aos tumores, matando as células cancerígenas ao mesmo tempo que incitam o sistema imunológico para agir contra elas”, afirma Kevin Harrington, cientista que liderou o ensaio clínico.
 
Quimioterapia
Harrington realça que, “por conseguir agir especificamente contra as células cancerígenas, [este tipo de terapia] tende a ter menos efeitos colaterais do que a quimioterapia convencional, ou outras imunoterapias testadas atualmente”.
 
“O nosso estudo prova que o ‘T-VEC’ tem benefícios duradouros e significativos para os pacientes com melanoma e é encorajador saber que é particularmente benéfico em casos de menor avanço”, adianta.

Agora a equipe vai avaliar “se esta alternativa pode vir a ser utilizada como terapia de primeira linha contra os melanomas agressivos e em estado avançado”.

Leia detalhes do estudo aqui (em inglês)
Com informações do BoasNotícias

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