Substitua e Economize: como trocar carnes caras por mais baratas

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Por Só Notícia Boa
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Foto: VidaDeCozinheiro

Em tempos de crise e dinheiro curto, o SóNoticiaBoa e o VidadeCozinheiro começam hoje a série de reportagens Substitua e Economize.

Toda semana vamos mostrar como substituir alimentos para gastar menos, sem perder sabor, nem nutrientes.

A primeira matéria da série mostra as carnes caras que podem ser trocadas por outras mais baratas e como prepará-las. Veja:

Por Mari Bontempo, do Vida de Cozinheiro para o SoNotíciaBoa.

Há quem diga que comer carne em tempos de crise é um luxo. Ledo engano. Mesmo porque, caro cozinheiro, carne não é e nunca foi sinônimo de filé mignon. (veja substituições possíveis abaixo)

Porque sim, se você considerar o nobre filé como a única proteína pertencente à categoria carne, pode até ser que, durante as vacas magras, sua mesa fique mesmo sem sentir o peso da arroba…

Mas carne é muito mais que isso. Aliás, esses termos “de primeira” e “de segunda” são uma balela que alguém (espertamente) inventou e que muita gente acreditou…

Afinal, por que mesmo devemos considerar filé mignon carne de primeira? Porque é macia? Porque é refinada? Há controvérsias…

Minha mãe detesta filé bovino. Acha que a carne não tem gosto de nada e não vê graça nenhuma em comer um suculento medalhão… E ela não é a única.

Conheço muitos comensais que não gostam de carne “nobre” e pagam qualquer preço por uma boa rabada, peru ou bode…

Aliás, quando me mudei para Brasília comi pela primeira vez a carne do místico animal e adorei! E antes que você pense eu já esclareço: carne de bode não é dura e nem rançosa! Pelo contrário! É uma delícia! Sem falar que é infinitamente mais barata que o tal filé…

Substituindo patinho por paleta

E este é só um exemplo. Para os mais tradicionais a substituição pode ser bem mais modesta mas não menos vantajosa.

Por que não trocar o patinho moído pela paleta moída? Tenho certeza que bem feita (sequinha ou refogada com batatas) garante o sucesso do almoço ou do bife de hambúrguer!

E a diferença de dez reais entre o quilo do patinho e o da paleta vai, sem dúvida, impactar no orçamento final do supermercado. Sem contar que carne moída é um curinga porque combina com qualquer acompanhamento…

Substituindo filé mignon pelo contra-filé

O mesmo acontece com o filé mignon e o seu substituto imediato, o contra filé.

A R$ 40,00 o quilo, filé mignon aqui em casa só mesmo em um fondue…

Para impressionar com um bom escalope (o nosso bife de cada dia) nada melhor que o contra filé (vendido por R$ 32,00 o quilo).

É macio, saboroso e mais barato.

Substituindo contra-filé por acém

Mas se R$ 32 ainda é muito para dar num simples bife invente moda e faça o prato com uma nova roupagem!

Explico: mais barato ainda é o acém ou o peixinho, que custam R$ 14,00 o quilo e que também podem “render” ótimos bifes, só que de panela.

Isso porque estas carnes são mais duras que o contra filé ou o patinho (que custa R$ 25,00 o quilo) mas, cozidas na pressão, ficam super macias. E com os temperos certos e um bom recheio, que vai desde o bacon a uma bela cenoura, podem surpreender!

Aliás, com as contas subindo e o dinheiro sumindo, nada melhor que amaciar o bolso e variar o cardápio!

Comer o mesmo corte do boi todos os dias pode não ser a melhor opção. Economicamente falando o bom mesmo é ousar.

O açougueiro

Para tanto, deixo aqui registrada uma dica valiosa: faça amizade com o seu açougueiro. Te garanto que nessa crise é muito mais negócio do que a tradicional aproximação com o cabeleireiro… Rsrs…

Isso mesmo, caro leitor. Não estou ficando doida não. Quer pessoa melhor para te dizer o que está mais fresco, qual o corte mais vantajoso e o melhor método de cozimento?

Eu sigo essa regra. Vou ao açougue sem nenhuma preparação em mente. Levo para casa a melhor opção do dia considerando validade, preço e sabor. E sempre dou uma de boba e “finjo” que sei menos do que sei…

Assim ganho uma aula do meu açougueiro a cada novo corte. Aprendo o que combina com a carne comprada e ainda tenho a oportunidade de sempre preparar uma nova receita.

Rabada ou costela

Foi assim que saiu a da rabada, uma das mais acessadas do VidaDeCozinheiro.com… Nunca tinha feito e nem comido esta carne mas meu marido gosta.

Resolvi, então, comprá-la e seguindo as determinações do açougueiro preparei um ótimo prato, bem ao estilo bom, bonito e barato!

Outra carne com osso que também é muito barata é a costela bovina (aqui perto da minha casa ela custa R$ 11,00 o quilo mas, no “dia da carne” estipulado pelo supermercado já cheguei a comprá-la por R$ 7,00).

Bem temperado (eu sempre uso limão, azeite e alecrim) este corte assado no forno convencional é um espetáculo!

Fígado ou moela

A R$ 7,00 o quilo também sempre compro fígado para fazer bife acebolado (do jeitinho que comemos no Mercado Central de BH)…

Ou ainda moela (cozida em um belíssimo molho caseiro de tomate, salsa e cebola), que reinou absoluta aqui em casa nesse carnaval!

Dicas

De qualquer maneira, independentemente da carne que será comprada, alguns detalhes importantes devem, sempre, ser observados como a cor vermelho-brilhante da carne de boi, a consistência firme das carnes e, principalmente, em carnes gordurosas, a cor da gordura, que deve ter sempre uma coloração branca ou amarelo-pálida.

Gorduras amarelas indicam que o animal era muito velho e que a carne é dura…

E, por fim, o básico: nada substitui o faro apurado de todo cozinheiro, não é mesmo? Carne velha não cheira bem e carne nova não cheira mal.

Com informações do VidaDeCozinheiro