Escola rural brasileira recebe mais um prêmio: melhor obra do mundo

Uma escola rural brasileira foi eleita esta semana a melhor nova obra arquitetônica do mundo pelo Prêmio Internacional RIBA 2018.
A escola da Fazenda Canuanã fica em Formoso do Araguaia, Tocantins. O projeto concorreu ao prêmio de arquitetura Riba 2018 com outras 20 construções, de 16 países e desbancou finalistas de Budapeste, Milão e Tóquio.
Este não foi o primeiro. Em fevereiro o projeto ganhou o prêmio de Melhor Edifício de Arquitetura Educacional do Mundo, da Building of the Year. Reveja aqui.
O complexo, projetado por Marcelo Rosenbaum e pelo grupo Aleph Zero, é chamado de ‘Aldeia das Crianças’.
O complexo escolar de Canuanã fica na zona rural do estado e se baseia na ideia de que a arquitetura pode ser uma ferramenta de transformação social.
A escola tem turmas do 2ª ano do ensino fundamental até a 3ª série do ensino médio, além de mais um ano de curso profissionalizante de técnico em agropecuária.
Moram na escola
Todos os alunos, professores e funcionários moram na escola. De acordo com o diretor da unidade, Ricardo Rehder Garcia, a estrutura que ganhou o prêmio é onde ficam as estadias da escola.
As obras iniciaram em setembro de 2015 e terminaram em dezembro de 2016.
“Os alunos passaram a morar nessas novas instalações em fevereiro de 2017, no início do ano letivo.”
O “Children Village” está localizado em meio a campos de arroz, milho e melancia.
O projeto parte de um diálogo aberto e intenso com a comunidade local, professores e administração, e se inspira, principalmente, nas necessidades das 540 crianças e jovens de 13 a 18 anos que frequentam a escola em regime de internato.
Como a maioria dos alunos vêm de áreas remotas do estado e passam dias longe dos familiares, o desafio era dar ao local – financiado pela Fundação Bradesco – um “ar” de casa e pertencimento.
Eles realizaram workshop e dinâmicas lúdicas com os alunos para identificar seus desejos para a escola. E o que eles mais queriam era ter um espaço que, ao mesmo tempo, permitisse encontros e brincadeiras entre amigos mas também individualidade e resguardo.
O quartos
Os antigos dormitórios que comportavam até 40 alunos deram lugar a quartos compartilhados para no máximo seis alunos, que se organizaram conforme a afinidade entre colegas, desde que respeitando a divisão entre dormitórios femininos e masculinos.
Os quartos são identificados por nomes de tribos amazônicas e trazem na porta um desenho característico de cada uma.
Os dormitórios se concentram em torno de três pátios abertos, grandes e com sombra, ocupando uma área de quase 25.000 metros quadrados, que oferece espaço para lazer e estudo, como salas de leitura e de televisão, até varandas e redes onde as crianças podem relaxar e brincar.
Inovação sem tecnologia
Pra amenizar o calor da região, a solução veio na forma de um telhado extenso com toldo e estrutura composta por colunas e vigas de madeira laminada que oferecem um ambiente com sombra e ventilado.
“Criar sombra é o ato de maior generosidade em um lugar de temperatura extrema e, ao mesmo tempo, é universal na arquitetura. Essa grande varanda sombreada pode ser qualquer coisa no imaginário das crianças. Há uma grande liberdade de espaço e fluidez”, diz ao site Exame Gustavo Utrabo, arquiteto do escritório Aleph Zero.
Para a obra, concluída em 2017, foram usados recursos locais e técnicas construtivas da região, entre eles, tijolos artesanais que foram usados para construir paredes e treliças, e que foram escolhidos por suas propriedades térmicas, técnicas e estéticas.
“Conseguimos trazer coisas especificas da região mas também de longe, como a pré-fabricação, o que reduziu energia, tempo e custo. Não podemos pensar em uma solução única. Existe um grande campo de oportunidade para projetos semelhantes que sejam capazes de escutar demandas e aproveitar conhecimentos locais”, destaca o arquiteto.
“O grande objetivo é melhorar a qualidade da educação.
Mostrar que o espaço pode ser democrático, que o aprendizado não é só na sala de aula.
Temos um país com dimensões continentais, e a arquitetura, assim como as decisões, devem ter caráter político. Precisa conversar com a sociedade”.
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