Cafuné no Coração: como um pedaço de papel ajudou a transformar vidas

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Por Só Notícia Boa
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Crianças do Cafuné no Coração - Foto: divulgação

Um pedaço de papel despertou um desejo que foi capaz de transformar a vida de uma família e de outras centenas de pessoas.

Sim, foi aquele pequeno pedaço de papel encontrado no chão que fez o casal Alípio e Aninha criarem há 20 anos o Projeto Cafuné no Coração, uma ONG que fica na cidade de Juazeiro do Norte, no Ceará e atende crianças e adolescentes.

“Na fila do cinema vi um pedaço de papel no chão que dizia que em Juazeiro do Norte precisavam de voluntários. Antes de jogar no lixo, absorvi o recado, anotei o telefone e entendi que talvez minha vida mudasse daquele momento em diante. Liguei e disse que a única coisa que sabia fazer era dirigir caminhão. Pouco tempo depois, lá estava eu indo de São Paulo até o Nordeste fazer frete para um projeto”, conta Alípio, um dos fundadores do Cafuné no Coração.

“A vontade de ajudar e fazer mais pelo próximo já existia no coração do casal e, o fato de que estarem abertos às necessidades dos outros, fizeram com que eles fossem para longe de casa e descobrissem que no Nordeste era o lugar onde a missão deles se realizaria”, contam Iara e Eduardo, os Caçadores de Bons Exemplos.

O início

No primeiro ano, só Alípio trabalhou para o Projeto Tendas da Esperança. Mas, logo quando retornou para casa, já se organizou para levar sua esposa Aninha junto com ele no próximo.

Quando os dois saíram em missão, foram semeando a caridade por onde passavam e isso fez com que muitos parceiros pelo país surgissem.

Ali, entenderam que a necessidade da comunidade ia além do que imaginavam e decidiram se dedicar 100% ao trabalho social. Com o tempo, chamaram a atenção de pessoas que queriam mudar de vida, sair das drogas e da bebida e recomeçar a sua história.

“O primeiro a mudar foi o Papudinho, o tipo de cara que a sociedade acredita que nunca vai se recuperar totalmente. Logo depois outras pessoas nos procuraram e, aos poucos, fomos formando um grupo grande de apoio”, conta Alípio.

As mulheres eram maioria e por não ter com quem deixar as crianças começaram a levá-las. Aos poucos, a necessidade de criar algo para os filhos foi crescendo e o projeto ganhou outro braço de atuação.

“Já não tinha como voltar, nosso lugar passou a ser ali, em Juazeiro. E então nos mudamos de vez, alugamos uma casa grande para desenvolver o projeto e contamos com a ajuda de um empresário parceiro de São Paulo para custear o aluguel durante cinco anos. Nesse tempo, mais apoiadores foram chegando e nós estruturamos o Cafuné no Coração”, completa.

Dedicação exclusiva

São quase 20 anos de trabalho e dedicação exclusiva ao trabalho com a comunidade, que tem colhido resultados importantes: “Desenvolvemos um trabalho de crescimento pessoal e social, por meio de promoção da educação, de atividades esportivas, culturais e recreativas para estimular talentos, potencialidades e cidadania”, diz a página do projeto.

“Aqui queremos que todos se sintam acolhidos, como se estivessem na casa da avó. Nosso desejo é que eles sejam melhores do que nós, que continuem o trabalho, pois um dia vamos partir desta vida. Se alguém pensa em fazer um projeto social por nome ou dinheiro, está no lugar errado. Só flui se for uma coisa da alma. As pessoas que atendemos vêm primeiro. Hoje temos muitos mantenedores que nunca vieram aqui. Ajudam porque acreditam no trabalho que executamos. O Cafuné no Coração já virou um legado para a cidade. O prédio acaba, a gente pode sair, mas o que foi plantado vai sobreviver a tudo isso”, concluiu Alípio.

Saiba mais sobre o projeto no site, Facebook e Instagram: @projetocafune

Crianças do Cafuné no Coração  - Foto: divulgação

Crianças do Cafuné no Coração – Foto: divulgação

Por Rinaldo de Oliveira, da redação do Só Notícia Boa – com Caçadores de Bons Exemplos