Arquiteta realiza sonho: faz uma casa por ano para crianças necessitadas

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Por Só Notícia Boa
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Patrícia Chalaça e uma das casas construídas - Foto: divulgação

Nunca houve dúvidas sobre o cuidar do outro. Essa sempre foi a missão de vida da Patrícia Chalaça, uma arquiteta que desde criança sonhava em ter uma instituição que trabalhasse com crianças. O que ela não imaginava, era que esse sonho impactaria mais 20 mil crianças no país.

“Com 20 e poucos anos, me vi arquiteta, mas ainda não tinha dinheiro para construir o espaço que eu queria. Mas também não queria abrir mão dos meus sonhos, sempre fui muito criativa e determinada. Um dia, tive uma ideia: se eu conseguisse convencer outras pessoas a embarcar no meu sonho, nós não precisaríamos necessariamente de dinheiro! Procurei outros arquitetos e gente de diversas áreas, cada um doando o seu trabalho. E conseguimos! Começamos reformando a Casa de Carolina, um abrigo para crianças órfãs em Recife, e não paramos.”

Nascia alí o projeto Casa da Criança, que brilha há duas décadas.

“Com mais de 20 anos de trabalho, Patrícia e seus parceiros já construíram dezenas de casas. É incrível ver que eles, de fato, não movimentam dinheiro. Trabalham com doações e o envolvimento da comunidade. É literalmente um amor que constrói”, contam Iara e Eduardo, os Caçadores de Bons Exemplos.

Corrente do bem

O que começou com a meta de terminar uma única casa, cresceu e se transformou em pelo menos uma entrega por ano.

O crescimento do projeto chamou atenção de outros arquitetos de lugares diferentes que quiseram fazer uma Casa da Criança nas suas cidades e então o projeto explodiu.

“Bem no início, parceiros do Terceiro Setor me procuraram e fui selecionada para receber incentivos. Eu não conhecia nada do Terceiro Setor nem fazia parte de movimentos sociais; era apenas uma arquiteta, cidadã, uma pessoa comum que quis retribuir à sociedade as oportunidades que teve na vida!”, conta Patrícia.

Hoje, uma organização com reconhecimento federal, qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP, a Casa da Criança agrega voluntários, amigos, parceiros e tem uma equipe nacional.

Mão na massa

“Todas as nossas obras acontecem sem captação de dinheiro, exatamente como no começo. A gente faz uma obra de 500, 600 mil ou 1 milhão de reais, sempre com o arquiteto doando o serviço, a construtora doando a mão-de-obra e aí vamos atrás de cimento, tinta, etc. O material é enviado pelos patrocinadores nacionais para a Casa da Criança em qualquer lugar do país. Fora isso, também temos patrocinadores locais”, explica.

A comunidade também é uma grande aliada nessas construções, em toda ação, a imprensa e as campanhas de divulgação conseguem engajar centenas de apoiadores.

“Com o tempo, descobrimos mais de mil maneiras diferentes de as pessoas fazerem alguma coisa. E, foi assim que nasceu a Cia. dos Anjos: percebemos que muitas instituições não precisavam de um teto, mas sim de ajuda no atendimento. Resumindo: hoje temos a Casa da Criança, que põe a mão na massa com arquitetura e construção e a Cia. dos Anjos, que não é obra física, e sim uma visão para mobilizar pessoas que contribuam com aulas de canto, de música, de dança, todo tipo de serviço, desde que não envolva dinheiro”, completa.

Crescer mais

Com tantos anos de trabalho, o impacto nacional é gigante. Mas, ainda assim, é muito pequeno perto do número de crianças que precisam de algum tipo de apoio.

“O olhar mudou, a responsabilidade aumentou. Lá atrás, atendemos 500 crianças e hoje atendemos 20 mil. Percebemos, infelizmente, que existem ainda milhares de locais, milhares de crianças precisando de ajuda! Então, só nos resta fazer mais e mais”, encerra Patrícia.

Conheça mais sobre o projeto no site, Instagram e Facebook

Uma das casas construídas para crianças - Foto: divulgação

Uma das casas construídas para crianças – Foto: divulgação

Uma das casas construídas para crianças - Foto: divulgação

Uma das casas construídas para crianças – Foto: divulgação

A arquiteta Patrícia Chalaça - Foto: divulgação

A arquiteta Patrícia Chalaça – Foto: divulgação

Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa – com Caçadores de Bons Exemplos