Ave mais antiga da América do Sul pode ter origem cearense

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Por Monique de Carvalho
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Paleoarte reconstruindo a "Kaririavis mater", a ave mais antiga da América do Sul - Foto: Pepi/Divulgação

Um fóssil da Kaririavis mater, considerada a ave mais antiga da América do Sul, foi encontrado na Mina da Pedra Branca, em Nova Olinda, Ceará. A descoberta coloca o estado no radar de pesquisadores como região candidata da origem da espécie.

A pesquisa foi publicada na última quinta-feira (11) e diz que a ave, que é do período Cretáceo, tinha sido encontrada apenas na China e na Mongólia.

Agora, o encontro da parte de um pé direito do pássaro com garras pode mudar essa compreensão da paleontologia.

Novos dados

Com os estudos realizados por cientistas da Saúde do Estado do Ceará, novos dados também foram catalogados sobre a Kaririavis mater.

“Examinando a estrutura do pé, ela tem semelhança grande com as emas e os avestruzes”, explica o coordenador da pesquisa, José Xavier.

Por essa semelhança, os paleontólogos apontam que a ave provavelmente não tinha o hábito de voar.

Outro ponto levantado, está nas unhas. José acha que o pássaro pré-histórico também não devia ser muito de corridas. Isso porque, para correr, os avestruzes têm unhas em vez de garras.

“Ao que parece, ela é uma ave primitiva generalista. Não é especializada para ter várias garras, mas também não tem apenas unhas”, define o cientista.

O fóssil foi escavado há seis anos e está na coleção do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde deve continuar para pesquisa e, talvez, para exposição.

O fóssil ainda passará por outros estudos, como a análise das penas (uma possibilidade é tentar descobrir as cores reais da penugem) e da própria geologia da rocha na qual o material foi encontrado.

Fóssil da Kaririavis mater, a ave mais antiga da América do Sul - Foto: Divulgação

Fóssil da Kaririavis mater, a ave mais antiga da América do Sul – Foto: Divulgação

Com informações de O Povo