Cientistas desenvolveram um tratamento simples e pouco invasivo para tratar a perda de olfato pós-COVID-19, conhecida como parosmia. Mesmo que muitos recuperem o olfato ao longo do tempo, algumas pessoas continuam com esse problema por meses ou até anos depois da infecção.
No procedimento eles fazem uma injeção de anestésico diretamente no pescoço para estimular o sistema nervoso autônomo. O processo é super rápido, leva menos de 10 minutos, e não precisa de sedação.
“O paciente inicial teve um resultado tremendamente positivo, quase imediatamente, com melhora contínua até o ponto de resolução dos sintomas em quatro semanas”, disse o professor Adam Zoga, vice-presidente de práticas clínicas da Thomas Jefferson University Radiology, na Filadélfia, Estados Unidos.
O que é parosmia?
Parosmia é o nome dado a uma mudança na forma como percebemos os cheiros.
Costuma ser comum em infecções respiratórias virais, mas no caso da COVID-19, a frequência desse sintoma é mais intensa se comparada a outras doenças.
É como se o vírus atingisse as células do nariz responsáveis por enviar as moléculas de odor para o cérebro.
O autor principal desse novo tratamento, o professor Adam Zoga, disse que a parosmia pós-COVID-19 está sendo cada vez mais reconhecida e que os pacientes podem até desenvolver aversão por alimentos ou bebidas que costumavam gostar.
“Ficamos surpresos com alguns resultados, incluindo a resolução de quase 100% da fantosmia, uma condição que faz com que as pessoas detectem cheiros que não existem, em alguns pacientes, durante o estudo”, disse ele, acrescentando que a injeção está funcionando onde outros tratamentos falharam.
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A pesquisa
Participou do estudo um grupo de 54 pacientes que estavam a pelo menos seis meses tratando a parosmia com medicamentos e tratamentos tópicos, mas sem melhoras.
Então, os pesquisadores decidiram tentar uma abordagem diferente.
Adicionaram uma pequena quantidade de um tipo de medicamento anti-inflamatório à anestesia, suspeitando que o vírus da Covid poderia estar causando inflamação nos nervos.
O resultado
Eles acompanharam o progresso de 37 desses pacientes.
Uma semana depois de receberem a injeção, 22 deles relataram sentir uma melhora nos sintomas.
Destes 22, 18 continuaram a perceber melhoras significativas ao longo do mês seguinte.
Nenhuma complicação ou evento adverso foi relatado.
Sucesso em outras doenças
A injeção também mostrou resultados promissores no tratamento da fantosmia, uma condição que faz com que as pessoas detectem cheiros que não existem, e outros problemas.
Isso inclui dores de cabeça, dores nos membros fantasmas, síndromes de Raynaud e Meniere, angina e arritmia cardíaca.
O professor Zoga destacou que essa injeção está mostrando resultados positivos em situações em que outros tratamentos não foram eficazes.
Com informações de Good News Network.