Cientistas descobrem moléculas “dançantes” que ajudam a reparar danos na cartilagem

Moléculas dançantes podem ser a chave para para acelerar o processo de recuperação da cartilagem do corpo e combater doenças que afetam as articulações, como a osteoartrite.
As moléculas foram criadas em laboratórios a partir de nanofibras sintéticas. Ao alterar a estrutura química e potencializar os movimentos “dançantes”, os pesquisadores descobriram que as nanofibras imitam a matriz extracelular do tecido circundante dentro do corpo.
Quando as moléculas começam a dançar, ou seja, os movimentos rápidos, elas interagem com receptores celulares e estimulam a produção de proteínas que potencializa a regeneração do tecido. Em testes, o processo de regeneração da cartilagem começou com três dias!
Moléculas dançantes
O grupo da Northwestern University, dos Estados Unidos, já havia apresentado resultados semelhantes em 2021. Na época, o estudo era sobre regeneração na medula espinhal.
Células do corpo expostas às nanofibras sintéticas móveis, tiveram sua velocidade de movimento aumentada.
Como resultado dessa exposição, foi possível produzir mais proteínas necessárias para a regeneração da cartilagem.
“Após três dias, as células humanas expostas às longas montagens de moléculas mais móveis produziram maiores quantidades dos componentes proteicos necessários para a regeneração da cartilagem”, afirmou o Samuel I. Stupp, professor da Northwestern University.
Leia mais notícia boa
- Calvície: cientistas descobrem açúcar que ajuda no tratamento e melhora a pele
- Cientistas criam esponja ecológica que pode extrair ouro de computadores antigos
- Cientistas descobrem microcontinente entre Groenlândia e Canadá
Esperança contra osteoartrite
A osteoartrite é uma doença degenerativa que faz com que os tecidos nas articulações se rompam ao longo do tempo.
Em 2019, quase 530 milhões de pessoas ao redor do mundo conviviam com a enfermidade, segundo a Organização Mundial da Saúde. Hoje, os tratamentos são caros e invasivos, mas as moléculas dançantes podem ajudar.
“Quando vimos os efeitos terapêuticos das moléculas dançantes nas células da medula espinhal, pensamos que poderia funcionar também para outros tipos de células”, explicou Samuel.
Testes futuros
A equipe está testando a terapia em animais e espera resultados ainda mais positivos para o futuro.
“Com o sucesso do estudo em células de cartilagem humana, prevemos que a regeneração da cartilagem será muito melhorada quando usada em modelos pré-clínicos altamente translacionais”, explicou o professor.
O grupo também se debruçou sobre a capacidade que essas moléculas têm de regenerar ossos. Os primeiros resultados foram promissores e devem ser publicados ainda esse ano.
“Estamos começando a ver a tremenda amplitude de condições às quais essa descoberta fundamental sobre “moléculas dançantes” poderia se aplicar”, finalizou.
