Leishmaniose: Fiocruz desenvolve composto 170 vezes mais potente no tratamento

Pesquisadores brasileiros da Fiocruz e estrangeiros deram um passo gigante na luta contra a leishmaniose, uma das doenças mais negligenciadas do mundo. Em parceria com universidades do Brasil, França e Canadá, o grupo desenvolveu um novo composto químico que pode transformar o tratamento da enfermidade que atinge, sobretudo, pessoas em situação de vulnerabilidade.
Nos testes em laboratório, o composto — batizado de SbVT4MPP — mostrou-se 170 vezes mais potente que os medicamentos usados atualmente, atacando diferentes espécies do parasita Leishmania, inclusive aquelas resistentes aos tratamentos convencionais. Os cientistas acreditam que essa descoberta pode abrir novas portas na busca por terapias mais eficazes e menos tóxicas para os pacientes.
Os resultados foram publicados na revista científica Biomedicine & Pharmacotherapy, reforçando a importância da ciência colaborativa no enfrentamento de doenças negligenciadas.
O que é a leishmaniose
A leishmaniose é uma doença transmitida pelo mosquito-palha e pode se manifestar em duas formas principais: tegumentar, que causa feridas na pele e mucosas, e visceral, que atinge órgãos internos, como fígado e baço, e pode ser fatal se não tratada.
Os sintomas vão desde lesões dolorosas na pele até febre prolongada, perda de peso, fraqueza e anemia. A doença atinge seres humanos e animais, como cachorros.
As principais vítimas são populações pobres, em áreas rurais ou periféricas, o que torna ainda mais difícil de combater devido à falta de medicamentos novos no mercado há décadas.
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Como o composto funciona
Atualmente, os tratamentos contra leishmaniose estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), mas não se mostram tão eficientes em alguns casos. Segundo os pesquisadores da Fiocruz, a nova molécula consegue “quebrar” a resistência do parasita e curar a doença.
De acordo com os cientistas, o SbVT4MPP age de forma bem específica: ele bloqueia a produção de uma substância chamada ergosterol, que é essencial para manter a membrana celular do parasita. Sem essa barreira protetora, o protozoário fica vulnerável e acaba destruído.
Outro ponto positivo é que o alvo da molécula — a enzima 24-SMT — não existe em células humanas, o que aumenta a seletividade do tratamento e reduz os riscos de efeitos colaterais. Esse detalhe reforça ainda mais a esperança de que o composto possa se transformar em uma opção mais segura para os pacientes.
Resultados promissores em animais
O estudo contou com o trabalho conjunto de pesquisadores da Fiocruz, UFMG, UFRB, além de universidades da França e do Canadá.
Os testes também foram realizados em camundongos infectados com a Leishmania donovani, responsável pela forma visceral da doença, considerada a mais grave.
O tratamento reduziu em 96% a carga parasitária no fígado dos animais, um resultado que animou os pesquisadores.
Precisam de investidores
Para o pesquisador Rubens Lima do Monte Neto, da Fiocruz Minas, esses avanços mostram o potencial da descoberta, mas ainda há barreiras.
“Chamamos esse período de ‘vale da morte’ no desenvolvimento de fármacos. Temos resultados promissores, mas sem investimentos é difícil avançar até os testes em humanos”, explicou à Fiocruz.

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