Amigos se demitem, vão morar em Pipa e criam empresa global

Dois amigos decidiram trocar a correria de Nova York pelo sossego do litoral de Pipa (RN) e, de lá, criar um negócio global que hoje conecta talentos de tecnologia do mundo todo. O parecia um sonho, deu certo para o brasileiro Pedro Cecílio e o uruguaio Stefano Angelero. Eles perceberam um problema que ninguém parecia resolver: mesmo após a popularização do trabalho remoto, as empresas ainda contratavam quase exclusivamente dentro dos polos de tecnologia americanos.
A falta de confiança em profissionais de fora e as barreiras culturais dificultavam a contratação de engenheiros de outros países, principalmente da América Latina. Foi dessa percepção que nasceu a BeGlobal, uma empresa que ajuda startups a encontrar e validar talentos técnicos de alto nível em qualquer parte do mundo.
Instalados na Praia de Pipa, no Rio Grande do Norte, os dois empreendedores construíram a startup do zero, com poucos recursos e muita dedicação. Em pouco mais de um ano, o negócio se tornou lucrativo, com receita anualizada de cerca de R$ 3 milhões e uma base de mil profissionais aprovados.
Como tudo começou
Filho de comerciantes, Pedro Cecílio sempre teve o espírito empreendedor. Ainda na faculdade, criou duas empresas — uma voltada à nutrição e outra que conectava agências de design a pequenos negócios. Nenhuma vingou, mas a experiência o aproximou do universo das startups.
Em busca de aprendizado, ele foi trabalhar na Firstbase, uma empresa apoiada pela aceleradora Y Combinator, no Vale do Silício. Lá conheceu Stefano Angelero, que também tinha uma trajetória marcada pela persistência: para pagar os estudos, colheu kiwi e vendeu produtos entre Miami e Buenos Aires antes de entrar no setor de tecnologia.
Os dois começaram a trabalhar juntos em projetos de crescimento dentro da empresa e logo perceberam que pensavam de forma parecida. A afinidade profissional virou amizade, e o desejo de empreender em conjunto se fortaleceu.
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De uma casa no Nordeste para o mundo
Em junho de 2024, Pedro e Stefano tomaram uma decisão radical: deixaram os empregos, reuniram economias e se mudaram para Pipa, um pequeno vilarejo à beira-mar. Lá, alugaram uma casa simples, transformada em “casa hacker” — um espaço para pensar, desenvolver ideias e manter o foco total no novo projeto.
Foram oito meses de trabalho intenso, com longas horas de desenvolvimento e pouco dinheiro. O objetivo era criar uma plataforma capaz de unir startups de tecnologia com engenheiros talentosos de fora dos grandes polos. Quando o produto ficou pronto, a BeGlobal estava nascendo.
Desde então, a empresa opera com uma equipe enxuta de cinco pessoas e cresce com base em resultados. Sem investidores externos, o negócio é 100% bootstrapped — financiado apenas pelos próprios fundadores.
Como funciona a BeGlobal
A BeGlobal atua como uma ponte entre startups em estágio inicial e engenheiros de software qualificados. Em até 48 horas, a empresa apresenta três candidatos validados, todos com experiência em startups de alto crescimento.
O grande diferencial é o modelo de teste antes da contratação definitiva. Durante três meses, o profissional trabalha dentro da startup, com salário pago pelo cliente, para avaliar o encaixe técnico e cultural. Caso seja efetivado, a BeGlobal recebe uma taxa de sucesso.
“Ser uma das primeiras contratações de uma startup significa mais do que escrever código. É criar confiança e ritmo. O teste permite que as duas partes descubram isso juntas”, explica Angelero.
Conexões globais
Atualmente, a BeGlobal atende startups financiadas por fundos como Y Combinator, Andreessen Horowitz e Bessemer Venture Partners. Na Europa, mantém parceria com a Start2 Global e com a Ewor, conhecida como “Y Combinator europeia”.
A empresa conecta engenheiros de diversos países, especialmente da América Latina, com startups dos Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha. Embora não tenha clientes no Brasil, muitos dos profissionais contratados pela plataforma são brasileiros.
“Há muito talento na região que não é valorizado. A ideia da BeGlobal é justamente abrir as portas do mundo para esses profissionais”, resume Cecílio.

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