Tratamento cura jovens com linfoma sem usar radiação: “resultados excelentes”

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Uma terapia experimental tratou, com sucesso e sem radiação, um grupo de jovens pacientes com um tipo de câncer chamado linfoma mediastinal primário da célula.
Os resultados do ensaio clínico, realizado nos EUA, foram publicados na revista científica New England Journal of Medicine e estão sendo considerados “excelentes” pelos cientistas, porque o tratamento permite evitar as técnicas da radioterapia, que têm efeitos colaterais tóxicos a longo prazo porque já que atinge todas os tecidos e órgãos que estiverem no trajeto do feixe de radiação até o tumor.
O National Cancer Institute, informou que os testes envolveram 51 pacientes, ao longo de mais de 14 anos.
Os pacientes da pesquisa, coordenada por Wyndham Wilson, receberam as chamadas “infusões” de quimioterapia: foram administradas doses ajustadas de vários medicamentos, para a obtenção de uma maior eficácia no tratamento.
A terapia, denominada DA-EPOCH-R, fez 49 dos pacientes alcançarem uma remissão completa, sendo que, destes, nenhum voltou a desenvolver um linfoma recorrente.
Os únicos dois voluntários que não conseguiram uma remissão total receberam radiação depois desta terapia e também não se observou o regresso dos tumores.
“O elevado sucesso deste regime significa que vai ser possível reduzir a necessidade de radiação e aumentar a taxa de cura desta doença, o que está relacionado com o ajustamento da dosagem dos medicamentos e com a infusão contínua dos agentes EPOCH-R”, explicou Wilson.
Para obter resultados independentes para análise com o mesmo tratamento, os investigadores colaboraram ainda com especialistas do centro médico da Universidade de Stanford, que utilizaram esta solução para tratar 16 pacientes com o mesmo problema.
Os resultados foram semelhantes e todos os indivíduos que receberam a terapia estão, também, em remissão, não tendo necessitado de terapia de radiação adicional.
Kieron Dunleavy, principal autor do estudo, considerou que estes resultados “são entusiasmantes e provam que, utilizando esta abordagem, é possível curar quase todos os pacientes e muito poucos necessitam de radiação”.
“Com base nos nossos resultados vai ser feito um ensaio clínico de fase II internacional em pacientes pediátricos e esperemos que, como aconteceu conosco, as conclusões também sejam positivas”, acrescentou.
Este tipo de linfoma afeta pacientes jovens, da adolescência ao início dos 30 anos, principalmente do sexo feminino, e o seu tratamento passa, na maior parte das vezes, pela combinação de quimioterapia e radioterapia.
Porém, mesmo com esta terapia, a doença progride em cerca de 20% dos casos e a radioterapia – recebida na zona do tórax – eleva seriamente os riscos de desenvolvimento de outros cancros e de danos ao coração.
Com informações do Boas Notícias.