Só Notícia Boa
Comercial

Bisturi inteligente avisa se tumor é benigno

Rinaldo de Oliveira
01 / 06 / 2015 às 00 : 00

Foto: BBC
Pesquisadores britânicos do Imperial College de Londres estão desenvolvendo – e já usaram em uma cirurgia – um dispositivo que pode ajudar neurocirurgiões a remover tumores no cérebro com precisão e a identificar esses tipos de câncer em poucos segundos.
Chamado de iKnife, esta espécie de bisturi inteligente poderá reduzir também o risco de que estes tumores voltem a se desenvolver.
Uma das primeiras pacientes a participar de um teste do iKnife foi Deirdre, uma professora de Ciências de Londres com 29 anos de idade.
Ela teve uma convulsão e os exames revelaram um tumor grande no lobo frontal esquerdo.
O neurocirurgião Kevin O’Neill foi designado para a cirurgia, mas observou que o tumor está em uma área problemática: muito próximo da área da linguagem no cérebro da professora britânica.

Por isso, o novo bisturi precisou ser usado no procedimento. A paciente foi acordada no meio da cirurgia para conversar com uma fonoaudióloga. As respostas de Deirdre ajudaram O’Neill a evitar danos em áreas do cérebro não afetadas pelo tumor.

Tecidos diferentes
Segundo o repórter da BBC Alastair Duncan, que estava presente no centro cirúrgico no momento do procedimento, um dos problemas com este tipo de cirurgia é que é quase impossível afirmar onde o tecido canceroso acaba e o tecido saudável do cérebro começa, pois estes tecidos são muito parecidos.

Comercial

A ideia por trás do novo bisturi é que ele dá ao cirurgião informações instantâneas, informando exatamente o que está sendo cortado, permitindo a retirada do tumor de uma forma muito mais precisa.

Essa identificação é possível a partir da análise da fumaça que emerge de tecidos cauterizados com o uso de equipamentos cirúrgicos elétricos.

“Enquanto os cirurgiões estão usando os dispositivos elétricos cirúrgicos, os tecidos humanos são queimados, o que, na verdade, também ajuda a parar o sangramento. Enquanto queima, produz uma fumaça. Nós coletamos a fumaça por um longo tubo e enviamos a uma espécie de espectrômetro, que faz a análise química”, disse Zoltan Takats, que criou o iKnife no Imperial College de Londres.

“A partir da composição (da fumaça, o aparelho) pode deduzir de que tipo de tecido veio, se era canceroso ou saudável”, acrescentou.

A identificação correta dos tecidos é crucial pois, se os médicos não removerem todo o tumor, ele pode voltar.

Se removerem muito tecido saudável do cérebro, por outro lado, as consequências para o paciente podem ser devastadoras.

“Se o neurocirurgião avançar apenas alguns milímetros no tecido saudável, pode levar à perda da habilidade de ler, de falar, ou funções fisiológicas básicas”, afirmou Takats.

Com informações da BBC
Comercial
Notícias Relacionadas
Comercial
Últimas Notícias
Comercial
Mais Lidas
Comercial
Mais Notícia Boa
Comercial