Refugiado que pedia esmola quebra recorde paralímpico

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Por Rinaldo de Oliveira
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O norueguês Salum Ageze Kashafali, refugiado do Congo, pedia esmolas e hoje é um campeão paralímpico - Foto: REUTERS/Athit Perawongmetha

A história desse corredor refugiado, que pedia esmola no Congo, tem problemas de visão e quebrou recorde paralímpico em Tóquio, é para aplaudir de pé!

“Não sei o que dizer, cara (começa a chorar). Eu vim do nada. Eu pedia esmola nas ruas. Eu acreditei. Me mudei para a Noruega como refugiado. Passei por tanta coisa, de tiros à fome, e estar aqui como um dos melhores significa muito para mim. Valeu a pena. Fui de zero a alguma coisa. Tudo é possível”, contou Salum Ageze Kashafali, refugiado da guerra civil no Congo, que representou a Noruega em Tóquio.

Sim, esse homem é prova de resistência e conquistou a melhor marca dos 100 metros rasos na história das Paralimpíadas no último fim de semana: 10s43 na final da categoria T12 (atletas de baixa visão).

A história do campeão

Kashafali fugiu da guerra civil na República Democrática do Congo junto com sua família quando ainda era criança.

Eles encontraram refúgio na Noruega e lá também passaram por muita dificuldade, mas não desistiram.

E agora nas Paralimpíadas veio a coroação de todos esse esforço.

“Estou muito feliz em ser um dos atletas paralímpicos mais velozes da história” – disse Kashafali.

Se ele esperava essa vitória?

“O objetivo era ganhar uma medalha. Eu sei que sou veloz, mas não esperava correr tão rápido assim. Isto foi apenas um bônus” – afirmou Kashafali.

A marca de 10s43 bateu os 10s46 do irlandês Jason Smyth na categoria T13 em Londres 2012.

O tempo é apenas 1 centésimo mais lento que os 10s42 do brasileiro Petrúcio Ferreira dos Santos no Mundial de 2019 na T47, melhor marca de um atleta paralímpico na história.

Salum Ageze Kashafali comemora o recorde mundial nos 100m T12 — Foto: REUTERS/Athit Perawongmetha

Salum Ageze Kashafali comemora o recorde mundial nos 100m T12 — Foto: REUTERS/Athit Perawongmetha

Com informações do GE