Pesquisa mostra máscara com proteção de 100% contra Covid-19

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Por Andréa Fassina
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As máscaras FFP2 e KN95 bem ajustadas reduzem drasticamente o risco de infecção por COVID-19 - Foto: MPG

Uma pesquisa alemã mostra que existe uma máscara com proteção de praticamente 100% contra a Covid-19: é a PFF2.

O estudo realizado por pesquisadores do Instituto Max Planck para Dinâmica e Auto-organização, em Göttingen, na Alemanha –  e publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences – mostra que o uso de máscaras que se ajustem muito bem ao rosto diminuem drasticamente o risco da doença.

Máscaras cirúrgicas ou, de preferência, PFF2 diminuem dramaticamente o risco de contrair Covid-19, afirmam os cientistas.

Para entender melhor o papel das máscaras no combate à pandemia, a equipe alemã investigou quanta proteção e sob quais condições essa peça é mais eficaz, com um nível de detalhamento inédito. Os cientistas se surpreenderam com os resultados.

Pesquisa minuciosa

A três metros, a respiração da pessoa infectada se espalha pelo ar em forma de cone e as partículas maiores, ricas em vírus, caem no chão após percorrer uma curta distância.

“Em nosso estudo, descobrimos que o risco de infecção sem o uso de máscaras é enormemente alto depois de apenas alguns minutos, mesmo a uma distância de três metros, se as pessoas infectadas têm alta carga viral da variante delta do Sars-CoV- 2”, disse Eberhard Bodenschatz, coautor do estudo e diretor do Instituto Max Planck de Dinâmica e Auto-organização.

Filtragem de partículas

Para evitar o contágio, o estudo reafirma que máscaras PFF2 ou KN95 são particularmente eficazes na filtragem de partículas infecciosas no ar, especialmente se elas estão bem encaixadas ao rosto.

Se a pessoa infectada e a saudável, usarem PFF2, o risco máximo de contágio após contato por 20 minutos dificilmente será maior do que um para 1 mil — mesmo a distâncias muito pequenas.

Mas se a máscara não servir direito, o risco cresce para cerca de 4%. Caso ambos estejam de máscara cirúrgica bem ajustada ao rosto, o risco máximo de transmissão é de 10% se as pessoas ficarem em contato por 20 minutos.

Os cientistas estimam também que, no dia a dia, a verdadeira probabilidade de contrair o vírus possa ser de 10 a 100 vezes menor. “Isso ocorre porque o ar que sai da máscara nas bordas é diluído, de modo que você não obtém todo o ar respirável não filtrado”, explica Bodenschatz.

“Uma máscara pode ser perfeitamente adaptada ao formato do rosto se você dobrar sua tira de metal em um W arredondado antes de colocá-la”, ensina Eberhard Bodenschatz. “Então, as partículas infecciosas do aerossol não passarão mais pela máscara e os vidros [dos óculos] também não embaçam.”

O estudo também conclui que máscaras PFF2 bem ajustadas protegem 75 vezes mais do que as cirúrgicas também bem encaixadas ao rosto, mas, ainda assim, essas últimas reduzem significativamente o risco de ser infectado.

“É por isso que é tão importante que as pessoas usem uma máscara durante a pandemia”, diz Gholamhossein Bagheri, coautor do estudo.

Com informações da Galileu