Tutores usam cannabis para tratar pets doentes com autorização da justiça

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Por Rinaldo de Oliveira
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É importante ressaltar que os estudos clínicos com cannabis em animais ainda são recentes, por isso a importância do acompanhamento de um profissional. Foto: Divulgação

Não são apenas os humanos. Vários pets doentes também tem se beneficiado do uso da cannabis medicinal. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Canabinoides mostram que cada vez mais veterinários estão prescrevendo a cannabis para o tratamento de bichinhos que não respondem mais aos tratamentos convencionais.

“Existem resultados comprovados, principalmente para dor, displasia, distúrbios cognitivos, alterações comportamentais como ansiedade, dermatites atópicas e dificuldades com o treinamento higiênico. Outro resultado positivo é no controle de crises epiléticas. Profissionais também já estão tratando pacientes com câncer. Neste caso, os estudos ainda estão em andamento e são indicativos”, disse a neurologista e acupunturista Magda Alves de Medeiros, que é professora titular em fisiologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e coordenadora científica do grupo de trabalho do Conselho Regional de Medicina Veterinária do RJ.

Como, a Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – só permite que sejam comercializados no Brasil produtos com cannabis industrializados e importados, destinados a seres humanos, profissionais veterinários vem receitando o medicamento com base em uma brecha jurídica e com liminares na Justiça.

Eles alegam que quem regula a atividade de veterinário é o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento — cabendo a fiscalização ao Conselho Federal de Medicina Veterinária — e que o estatuto da profissão permite que adotem qualquer tratamento que julguem necessário.

Terapia com segurança

E para garantir que a terapia seja usada com segurança e amparada pela legislação, Conselhos Regionais de Medicina Veterinária estão estruturando o tratamento.

A professora Magda Alves de Medeiros afirmou que dificilmente ocorrem efeitos colaterais em animais domésticos e silvestres.

Porém, é importante ressaltar que os estudos clínicos em animais ainda é recente, por isso a importância do acompanhamento de um profissional.

“Geralmente os tutores que optam pelo tratamento são pessoas que já tentaram de tudo e não tiveram sucesso. Tratei um husky siberiano de 2 anos que tinha convulsões e não respondia mais a medicação. Depois que ele começou o tratamento, não teve mais convulsões”.

Valor do tratamento

O preço dos frascos varia de R$ 250 a R$ 600, de acordo com a composição do óleo.

O mais utilizado é o Full Spectrum, considerado mais efetivo e seguro por ter todos os componentes medicinais da Cannabis sativa.

“Os conselhos de farmácia e veterinária estão se movimentando, promovendo eventos sobre a substância e em cima da Anvisa. Estamos esperançosos”.

Aumento da procura

Dados da Associação Brasileira da Indústria de Canabinoides apontam que o consumo de produtos importados à base de canabidiol para uso medicinal no Brasil teve alta de 110% no ano passado, em relação a 2020.

Com informações de Mais Goiás