Casal reintroduz anta e salva Reserva Ecológica Guapiaçu, no Rio. Veja!

A Reserva Ecológica de Guapiaçu, localizada no estado do Rio Janeiro, tem um trabalho incrível de preservação da natureza! São mais de 10 mil hectares de mata Atlântica em uma área responsável pelo abastecimento de água para mais de 2,5 milhões de pessoas. Respira, natureza!

Em 20 anos, a reserva, que foi responsável pelo plantio de mais de 750 mil árvores, observou o retorno de diversas aves e reintroduziu a anta no Rio de Janeiro pela primeira vez em mais de 100 anos! Trabalho incrível, não é?

É possível ver jacarés, garças e até mesmo ninhos de pássaros nas copas das árvores. A reserva agora abriga 487 tipos de pássaros.

Como começou

O responsável por comandar tudo isso é Nicholas Locke, um técnico agrícola que fundou, junto com sua esposa Raquel, a Reserva Ecológica de Guapiaçu (REGUA) em 2001.

Nicholas conta que a Reserva já foi uma grande pasto estéril, cenário contrastante com o que é hoje, uma área úmida e cheia de vida. 

Nos últimos cinco séculos, grande parte da Mata Atlântica foi depredada para criação de gado. Mas isso mudou, pelo menos na área do interior do Rio de Janeiro onde a REGUA está localizada.

Desde 2006, graças ao trabalho de vários voluntários, e sob a coordenação de Nicholas, a reserva trouxe vida para a região!

A REGUA faz parte de uma das 300 organizações signatárias que apoiaram o Pacto Trinacional da Mata Atlântica, iniciativa que pretende restaurar mais de 15 milhões de hectares do bioma ameaçado.

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A volta da vida

Inicialmente, o objetivo com a reserva era promover a conscientização sobre a importância de conservar o meio ambiente. Ações de ecoturismo e educação ambiental fazem parte das estratégias de Nicholas e Raquel para ajudar a natureza.

Hoje, 50% da vegetação nativa da Mata Atlântica estão em mãos privadas, e iniciativas como a do casal ajudam a manter o bioma de pé.

“O fruto dessa restauração é o programa de reintrodução da anta”, diz Nicholas. O gestor está se referindo diretamente à iniciativa de reintroduzir a anta-brasileira, extinta no Rio de Janeiro há mais de 100 anos. A REGUA tem hoje 15 antas, e a ideia é aumentar a população para 50.

A REGUA também abriga uma população muito rara de muriquis-do-sul, o maior primata das América, cujo estudos dizem que a população mundial não passa de 1.500 animais.

Nicholas explica que por estar numa região de bacia hidrográfica, a REGUA garante água potável para 2,5 milhões de pessoas, todos saem ganhando!

“A floresta mantém a biodiversidade, conecta os fragmentos florestais existentes e contribui para a segurança hídrica da população a jusante da bacia”, afirmou.

Nicholas e Raquel já compraram mais de 110 propriedades vizinhas da região, agora elas não apresentam mais riscos potenciais agrícolas para a REGUA. “Recebemos um apoio enorme de todo o mundo em nossos esforços para garantir essas propriedades e proteger as florestas e a biodiversidade”, explicou o gestor.

A arte de restaurar

Restaurar uma floresta não é nada fácil, Raquel Locke explica que antes das mudas serem plantadas na natureza, elas chegam a passar anos em viveiros. 

Além de ser um processo que demora muito tempo, restaurar uma floresta exige bastante recursos. “A desvantagem é que um projeto dessa magnitude leva anos e requer um apoio amplo para ser implantado”, disse Raquel. A mulher explicou que o curso de restauração por hectare chega a ser próximo de R$ 30.000.

Para ajudar na conscientização, a REGUA convida escolas locais e oferece atividades semanais de educação ambiental.

“Tudo isso já foi um vazio, queremos aumentar a conscientização sobre o motivo da preciosidade desta floresta”, disse Nicholas.

Anta-brasileira estava extinta no Rio de Janeiro há mais de 100 anos, agora a Reserva conseguiu reintroduzir o animal no local. Foto: Reprodução/Reserva Ecológica de Guapiauçu/Facebook.

Diversas escolas visitam a REGUA anualmente em busca de conscientizar os alunos sobre a importância de preservar o meio ambiente. Foto: Reprodução/Reserva Ecológica Guapiaçu/Facebook.

Com informações de Mongabay