Rugas e cabelos grisalhos ajudam no tratamento de síndromes raras e sarcoma

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Por Rinaldo de Oliveira
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Cientistas da Universidade de Compenhague, na Dinamarca, descobriram que rugas e cabelos brancos podem ajudar no tratamento de síndromes raras e sarcoma - Foto: Simon Godfrey / Unsplash

Rugas e cabelos grisalhos são positivos e podem ajudar… Quem pensa que não, engana-se. Uma equipe de pesquisadores descobriu que o sarcoma – um tipo de câncer – e síndromes raras são mais comuns em pessoas mais velhas. Se for inoculado um determinado gene e tratando, é possível vencer da doença.

Os cientistas acreditam que, inibindo o gene plk1, são grandes as chances, por exemplo, de tratar com mais sucesso os pacientes com sarcoma – tumores malignos raros que atingem os tecidos, músculos e ossos – e pelo menos três tipos de síndromes raras.

A pesquisa é conduzida pelo professor Morten ScheibyeKnudsen, do Centro de Envelhecimento Saudável da Universidade de Compenhague, na Dinamarca. Com isso é aberto um novo tratamento mais eficaz para o sarcoma nos próximos anos.

As constatações

O grupo avalia pacientes com raros distúrbios neurológicos, como a Síndrome de Werner – síndrome hereditária que causa envelhecimento precoce – e sarcoma.

O estudo descobriu que a inibição do gene plk1 pode ajudar a tratar os pacientes com sarcoma mais doentes, cujas células cancerígenas têm alta expressão da proteína cep135.

“À medida que envelhecemos, muitas coisas acontecem com o corpo e determinar a causalidade pode ser difícil. Mas, em pessoas que sofrem de Síndrome de Werner, é mais fácil ver quais genes são responsáveis por quais processos. Isso nos dá uma fundação molecular, por assim dizer”, afirmou Morten.

Pesquisadores descobriram ainda que há um método para determinar quais pacientes com sarcoma receberão os maiores benefícios de um novo tratamento em potencial. Sarcoma é uma forma rara e complicada de câncer que afeta ossos e músculos entre outros tecidos.

Sarcomas

Os sarcomas são um tipo de tumor cancerígeno que se desenvolve nas partes mole do corpo, como tecidos, mas também ossos e músculos.

Apesar de incomuns, representando apenas 1% de todos os casos de câncer, os sarcomas são conhecidos por sua complexidade e natureza desafiadora em termos de tratamento.

“Aprendemos que os pacientes com sarcoma cujas células cancerígenas têm uma alta expressão da proteína cep135 estão em situação pior. Mas a inibição de um gene chamado plk1 também inibe o crescimento das células do sarcoma, e isso sugere que podemos direcionar o tratamento dos pacientes com sarcoma mais doentes”, disse Morten.

Os métodos para identificar o prognóstico de pacientes com sarcoma estão disponíveis, assim como diferentes formas de tratamento.

Na Dinamarca, adultos diagnosticados com sarcoma ósseo têm uma taxa de sobrevivência de 60 por cento em cinco anos, enquanto adultos diagnosticados com sarcoma ósseo têm uma taxa de sobrevivência de cinco anos de 50% a 70%.

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Síndromes raras

Além da Síndrome de Werner, o grupo de pesquisadores examinou também pacientes diagnosticados com a Síndrome de Quebra de Nijmegen – apresenta alteração cromossómica, com microcefalia e crescimento físico lento – e a Síndrome de Ataxia-Telangiectasia – caracterizada por falta de coordenação motora e problemas cardíacos.

Todos esses pacientes têm sintomas de envelhecimento precoce, como cabelos grisalhos, rugas e perda de tecido adiposo e alto risco de desenvolver câncer em idade precoce.

Na tentativa de descobrir o por que de esses pacientes desenvolverem câncer em idade mais avançada, os pesquisadores compararam as expressões gênicas nos três distúrbios.

Rugas e cabelos brancos. O novo estudo descobriu que a inibição do gene plk1 poderia ajudar a tratar os pacientes com sarcoma mais doentes, cujas células cancerígenas têm alta expressão da proteína cep135. - Foto: scitechdaily

Rugas e cabelos grisalhos. O novo estudo descobriu que a inibição do gene plk1 poderia ajudar a tratar os pacientes com sarcoma mais doentes, cujas células cancerígenas têm alta expressão da proteína cep135. – Foto: scitechdaily