Copom derruba taxa Selic para 11,25% ao ano em decisão unânime. A menor desde 2022

Aos poucos os juros vão caindo no Brasil para alívio do nosso bolso. A taxa Selic caiu para 11,25% ao ano, após decisão unânime do Copom, Comitê de Política Monetária do Banco Central, nesta quarta-feira (31).
A redução foi de 0,5 ponto percentual, e derrubou a Selic de 11,75% ao ano para 11,25% ao ano. Foi o quinto corte seguido na taxa básica de juros, que começou a recuar em agosto de 2023.
Agora ela está no menor nível desde março de 2022 — quando estava em 10,75% ao ano.
Para que serve a Selic
A Selic é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo BC para controlar a inflação.
A taxa influencia todas as taxas de juros do país, como as taxas de juros dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras.
Taxa vai baixar mais
Após o encontro, o Comitê voltou a sinalizar que poderá cortar novamente a Selic neste mesmo patamar (0,5 ponto percentual) nos próximos encontros.
“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, diz o texto.
Para isso, o Comitê espera que as metas fiscais já estabelecidas sejam concretizadas. “Para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária”, disse em comunicado.
No caso do Brasil, o Copom estima que a inflação ao consumidor “manteve trajetória de desinflação”.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — considerado a prévia da inflação oficial do país — registrou uma alta de 0,31% nos preços em janeiro. O índice teve uma leve desaceleração de 0,09 ponto percentual (p.p.) na comparação com o mês anterior, quando teve alta de 0,40% para dezembro.
A meta de inflação deste ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
A partir de 2025, o governo mudou o regime de metas de inflação, e a meta passou a ser contínua em 3%, podendo oscilar entre 1,5% e 4,5% sem que seja descumprida.
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Influência do mercado externo
No comunicado, o Comitê avalia que o ambiente externo permanece “volátil”, “marcado pelo debate sobre o início da flexibilização de política monetária nas principais economias”.
Nesta quarta-feira, o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, manteve os juros do país inalterados, em uma faixa de 5,25% a 5,50% ao ano, mas sinalizou uma possível redução da taxa básica caso a inflação continue caindo nos próximos meses.
“O Comitê avalia que a conjuntura, em particular devido ao cenário internacional, segue incerta e exige cautela na condução da política monetária”, aponta o comunicado do Copom.
Promessas do governo brasileiro
Para 2024, o governo busca um déficit zero, ou seja, um equilíbrio nas contas públicas, sem resultado negativo nem positivo.
O Copom é formado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e por oito diretores da autarquia. A reunião desta semana foi a primeira com a nova composição do colegiado.
Dois diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no ano passado – Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira – tomaram posse no início de janeiro, após serem aprovados pelo Senado Federal.

Com informações do G1