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Pix Global do Brics; veja como será o sistema para reduzir dependência do dólar

Rinaldo de Oliveira
01 / 09 / 2025 às 11 : 04
Bandeiras dos países fundadores do Brics, que agora tem 11 nações e quer lançar este ano o Pix Global. - Foto: AFP
Bandeiras dos países fundadores do Brics, que agora tem 11 nações e quer lançar este ano o Pix Global. - Foto: AFP

Agora que o Trump vai subir nas tamancas. O Brics prepara o Brics Pay, ou Pix Global, uma versão do Pix brasileiro que poderá ser usada entre os 11 países do bloco econômico nas transações comerciais, para reduzir a dependência do dólar.

O novo pix internacional vai permitir transferências instantâneas e seguras de valores entre os países do bloco, o que deverá revolucionar o comércio de exportações e importações porque a plataforma para transações terá liquidação direta nas moedas de cada país, sem a dependência do dólar e do euro como intermediários.

Assim, a novidade pode diminuir custos e a exposição a sanções financeiras internacionais. A ideia é lançar o Brics Pay até o final deste ano e os países integrantes já estão acelerando a implementação.

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Como vai funcionar

O BRICS é um grupo de cooperação internacional composto por 11 países-membros e 10 países-parceiros. Os membros fundadores são Brasil, Rússia, Índia, China e, posteriormente, a África do Sul.

Depois, entraram também Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. O grupo é presidido rotativamente pelo Brasil em 2025. 

Hoje, juntos, os países integrantes do BRICS respondem por 30% da economia mundial e por 24% do comércio global.

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A base será de vários sistemas

A principal vantagem, do Brics Pay além da transparência e da agilidade nas transações, está nos custos reduzidos para os países que compram e vendem mercadorias.

Desenvolvida em conjunto pelos membros do bloco, a iniciativa é baseada em um sistema descentralizado de mensagens fronteiriças (DCMS) criado pela Universidade Estatal de São Petersburgo (Rússia). A plataforma oferece transações rápidas e seguras, com diferentes protocolos de criptografia.

A solução vai reunir o sistema de pagamento SBP da Rússia, usado por mais de 200 instituições e que realiza transferências a partir de números de telefone.

O sistema IBPS da China, com transações em yuan por múltiplos canais, e o UPI da Índia, interface em uso desde 2010, também farão parte.

Sem grandes bancos

Porém o “Pix do Brics”, como também é chamado, opera de maneira independente de um controlador central, diferentemente do sistema SWIFT, associado a grandes bancos.

Tecnologias como blockchain, carteiras digitais e QR Code vão integrar o mecanismo, que terá canais de comunicações entre as autoridades monetárias dos países envolvidos para agilizar as operações;

Na prática, um brasileiro em viagem a um dos países do Brics conseguirá usar os meios de pagamentos com os quais está acostumado, via QR Code, sem depender de outras soluções. O mesmo acontecerá com viajantes dessas nacionalidades durante a passagem pelo Brasil.

Como estão os testes 

No momento, Rússia e China são os países mais avançados nos testes do Pix Global, informou o TecMundo.

O Brasil também tem demonstrado interesse em utilizar a tecnologia nas operações envolvendo exportações agrícolas e de energia para os parceiros do Brics, mas ainda é preciso superar alguns desafios para que isso aconteça.

Quando começar a operar de maneira mais ampla, o que pode acontecer ainda em 2025, a depender de uma série de fatores, o mecanismo também deverá contar com a participação de mais países recém-incluídos ao bloco, como Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Indonésia.

A meta do grupo é que o Brics Pay movimente o equivalente a centenas de bilhões de dólares por ano, em 2030, mas sem envolver a moeda americana.

Com isso, a plataforma se tornaria o principal canal de transações comerciais entre os países emergentes, como preveem especialistas.

Trump ameaça retaliações

O presidente dos Estados Unidos já disse que não gostou da ideia e deve fazer pressões para que países que estão fora do Brics não entrem no Pix Global.

Ele já ameaçou, inclusive, aumentar as tarifas sobre as importações dos integrantes.

 

Bandeiras dos países fundadores do Brics, que agora tem 11 nações e quer lançar este ano o Pix Global. - Foto: AFP
Bandeiras dos países fundadores do Brics, que agora tem 11 nações e quer lançar este ano o Pix Global. – Foto: AFP
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