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Veneno de vespa pode retardar o Alzheimer, descobre estudo brasileiro

Monique de Carvalho
11 / 09 / 2025 às 11 : 23
Veneno de vespa pode ser a nova esperança contra o Alzheimer. Testes feitos com animais na Unb mostram melhora no déficit cognitivo. - Foto: Reprodução/Unesp
Veneno de vespa pode ser a nova esperança contra o Alzheimer. Testes feitos com animais na Unb mostram melhora no déficit cognitivo. - Foto: Reprodução/Unesp

O veneno de vespa pode ajudar mais de 1,2 milhão de brasileiros que convivem com o Alzheimer. Uma descoberta feita por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) traz esperança para pacientes e famílias que sofrem com esse diagnóstico.

O estudo mostrou que uma substância retirada da peçonha da vespa social Polybia occidentalis pode retardar o avanço da doença. Testes tiveram resultados animadores em animais, com melhora de déficits cognitivos.

“A peçonha da vespa é estudada há mais de 20 anos para tratar doenças neurodegenerativas. Agora conseguimos adaptá-la para enfrentar diretamente o Alzheimer”, afirmou a coordenadora do projeto, Luana Cristina Camargo, do Instituto de Psicologia da UnB. Os testes mostraram resultados animadores em animais, com melhora de déficit cognitivo.

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O poder do veneno da vespa

A iniciativa conta com apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) e reúne cientistas de diferentes áreas, como farmácia, física, neurofarmacologia e nanotecnologia. Os cientistas querem transformar a descoberta em um tratamento seguro e acessível para todos.

O foco da pesquisa está no peptídeo chamado octo vespina, extraído da peçonha da vespa Polybia occidentalis. Essa substância foi modificada em laboratório para agir contra a beta-amiloide, uma das principais proteínas associadas ao Alzheimer.

O próximo desafio dos cientistas é garantir que o medicamento chegue de forma eficaz ao cérebro. Uma das apostas é a aplicação intranasal, considerada menos invasiva e mais viável para uso humano.

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Desafios da pesquisa

Apesar do avanço, o caminho até que o medicamento chegue aos pacientes ainda é longo. Os pesquisadores precisam de mais infraestrutura, equipamentos e investimentos para avançar nos testes.

O apoio da FAP-DF tem sido essencial para manter o projeto em andamento. A expectativa é que, no futuro, os compostos passem por todas as etapas regulatórias, incluindo testes em humanos e aprovação da Anvisa.

“Nosso sonho é que essa substância chegue de fato ao mercado, trazendo mais esperança às famílias que convivem com essa doença tão difícil”, disse a pesquisadora.

Sintomas que merecem atenção

O neurologista Lucas Cruz, do Hospital Anchieta, explica que muitos sinais do Alzheimer podem ser confundidos com o envelhecimento natural. Entre os principais sintomas estão:

  • Perda de memória progressiva;
  • Dificuldade em realizar tarefas do dia a dia, como cozinhar ou cuidar das finanças;
  • Problemas para planejar ou seguir etapas de atividades;
  • Desorientação no tempo e no espaço;
  • Dificuldades de linguagem, como esquecer palavras ou usar expressões inadequadas.

Segundo o médico, observar esses sinais precocemente e buscar atendimento médico é fundamental para iniciar o tratamento adequado.

Tratamento e cuidados

Embora não exista cura, há formas de retardar a progressão do Alzheimer. Entre elas estão os medicamentos conhecidos como anticolinesterásicos, que ajudam na memória e cognição. Além disso, terapias complementares fazem diferença no dia a dia do paciente.

  • Estimulação cognitiva;
  • Fisioterapia e exercícios físicos;
  • Acompanhamento psicológico;
  • Apoio de uma equipe multiprofissional.

“O suporte da família é essencial. O cuidado diário influencia diretamente o bem-estar do paciente e também de quem convive com ele”, destacou o neurologista.

A pesquisa feita na UnB busca desenvolver tratamentos capazes de conter a degeneração cerebral e oferecer mais qualidade de vida e tempo para pacientes e familiares.

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