Remédio para epilepsia reverteu Alzheimer

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Por Bruno M.
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Foto: BN

Um remédio que está sendo desenvolvido para controlar a epilepsia teve um resultado surpreendente contra outra doença: a de Alzheimer. 

Em testes realizados com ratinhos, a equipe coordenada por Haakon Nygaard, professor da Faculdade de Medicina da UCB, no Canadá, descobriu que o medicamento é capaz de reverter totalmente a perda de memória, apresentando uma eficácia nunca vista, que os pesquisadores ainda não conseguiram compreender.
Os pesquisadores acreditam que o medicamento poderá atrasar a evolução da doença neurodegenerativa e também a perda da memória.

O foi publicado na semana passada na revista científica Alzheimer’s Research & Therapy.

A pesquisa vem reforçar a importância da hiperexcitabilidade do cérebro na doença de Alzheimer, demonstrando que os remédios anticonvulsores – que previnem ou reduzem a intensidade das convulsões – representam uma potencial alternativa de tratamento.
Brivaracetam: 10 vezes mais potente
Estudos anteriores já tinham demonstrado a eficácia  do ‘levetiracetam’, um medicamento anticonvulsor para atrasar alguns dos sintomas da patologia, entre eles a perda de memória. Agora os pesquisadores decidiram testar os efeitos do ‘brivaracetam’.

Este outro remédio anticonvulsor para tratamento da epilpesia – que ainda está em desenvolvimento clínico – é 10 vezes mais potente que o ‘levetiracetam’.

“É provável que ambos os remédios venham a ser testados em ensaios clínicos amplos com humanos nos próximos cinco a 10 anos”, estima Nygaard, frisando que “vão ser necessários estudos mais aprofundados em pacientes reais antes de se poder determinar a possibilidade de introduzir as terapias com anticonvulsores entre as armas usadas contra o Alzheimer”.

Apesar da eficiência da nova droga, Nygaard alerta que estes são dados “muito preliminares” e que há um longo caminho a percorrer até ao possível uso deste fármaco em humanos. 

“Neste momento, temos vários grupos de investigação a recorrer a medicamentos antiepiléticos e todos apontam para um efeito terapêutico não só em modelos animais com doença de Alzheimer, como em pacientes com a patologia”, afirma o investigador em comunicado.

A doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência em idade avançada. Ela destrói lentamente a memória e as capacidades cognitivas, acabando por anular a capacidade de cumprir tarefas simples do dia-a-dia.

A demência afeta uma em cada 80 mulheres, com idades compreendidas entre os 65 e 69 anos, e um em cada 60 homens na mesma faixa etária.

Veja o estudo em inglês aqui