Nova espécie de árvore é descoberta na Mata Atlântica em Minas Gerais

A natureza se renovando. Pesquisadores de Minas Gerais descobriram uma nova espécie de árvore que surgiu em plena Mata Atlântica, numa área de preservação.
Segundo o Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa (UFV), ela pertence à família botânica Myrtaceae, a mesma família das jabuticabas, pitangas, goiabas, araçás e gabirobas. Encontrada em uma área de preservação da empresa Cenibra, na região de Coronel Fabriciano, no Vale do Rio Doce (MG). A pequena árvore pode atingir até seis metros de altura.
“Hoje nos resta muito pouco da Mata Atlântica, e muita gente acredita que, por ser o bioma mais povoado, tudo já foi visto e descoberto. Mas trabalhos como este mostram que não: a Mata Atlântica ainda resiste, e temos muito a descobrir sobre ela”, disse o professor da UFV Carlos Eleto Torres.
Como foi descoberta
A descoberta aconteceu por acaso, quando uma árvore florida e com folhas de tamanho incomum chamou a atenção do pesquisador Otávio Verly, enquanto ele fazia um inventário florestal para a tese de doutorado.
Ao compará-la com espécies já descritas, os pesquisadores do Grupo de Estudo em Economia e Manejo Florestal (GEEA) confirmaram que se tratava de uma nova espécie.
A descoberta foi publicada em julho no periódico científico Phytotaxa.
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Outras na mesma região
Segundo os pesquisadores, até o momento, foram localizadas apenas 11 árvores da espécie na mesma região — entre exemplares jovens e adultos.
“As plantas variam entre três e seis metros de altura, possuem folhas longas e caule fino, e se destacam pela grande quantidade de pelos, especialmente no caule e na parte inferior das folhas, conferindo-lhes um tom marrom-avermelhado. Um detalhe marcante é a presença de pontuações translúcidas visíveis na superfície das folhas, característica que inspirou o nome “magnipunctata”, que em latim significa “com grandes pontuações”, informou a universidade.
Próximos passos
“Elas se assemelham muito com Myrcia espiritosantensis e Myrcia megaphylla, plantas também recentemente descritas. Agora, o próximo passo é estudar a ecologia reprodutiva e a população para melhor embasar práticas de conservação da espécie”, afirmou o pesquisador Otávio Verly, um dos responsáveis pela descoberta.
O mapeamento é feito a cada cinco anos para acompanhar os processos demográficos dos fragmentos florestais.
Ainda não se sabe se há outras espécies dela em outras regiões do Brasil, informou a UFV.

