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Água de coco desidratada conserva rins para transplantes; descoberta brasileira patenteada

Rinaldo de Oliveira
05 / 08 / 2025 às 09 : 42
A técnica da água de coco desidrata para conservar rins para transplantes é 70% mais barata que as usadas atualmente. - Foto: TV Jangadeiro
A técnica da água de coco desidrata para conservar rins para transplantes é 70% mais barata que as usadas atualmente. - Foto: TV Jangadeiro

Quem poderia imaginar que água de coco desidratada seria capaz de conservar rins para transplantes? Mais do que comprovar isso, pesquisadores brasileiros já conseguiram patentear a invenção no INPI, Instituto Nacional da Propriedade Industrial.

Eles são da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e buscavam uma alternativa acessível e eficaz para a conservação de órgãos para transplantes. Conseguiram: a solução encontrada é 70% mais barata que os métodos tradicionais.

Com a invenção foi possível “reduzir custos, otimizar os recursos disponíveis no Brasil e possibilitar a realização de mais transplantes”, disse a médica-cirurgiã e professora da Uece, Ivelise Canito Brasil, orientadora do estudo.

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Primeiros resultados

A professora Ivelise disse os primeiros resultados nos testes foram positivos.

“Fizemos esse primeiro experimento com mamíferos e obtivemos um resultado excelente. Essa é a fase inicial de uma pesquisa que já demonstra a qualidade e a eficiência dessa solução para a preservação de órgãos de mamíferos”.

O próximo passo será testar a água de coco desidratada em órgãos humanos: “Na sequência, o produto deverá passar por outras etapas de desenvolvimento, com o objetivo de, futuramente, ser aplicado em seres humanos”, afirmou à Uece.

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Benefícios financeiros

Segundo a professora, além de eficaz, a técnica é bem mais barata.

“Os benefícios financeiros são significativos, pois se estima que a economia com essa solução seja de 70% em relação ao custo atual. Além disso, nosso processo está sendo desenvolvido para dispensar a necessidade da cadeia do frio. Considerando as variações climáticas e logísticas do Brasil, isso representa não apenas redução de custos, mas maior viabilidade de distribuição e uso. Ao facilitar a logística, também otimizamos processos como a captação, preservação e alocação dos órgãos”, explicou.

Como fizeram o estudo

O estudo foi desenvolvido no Núcleo Integrado de Biotecnologia (NIB), da Faculdade de Veterinária da Uece (Favet), e utilizou como base a água de coco desidratada.

A escolha foi estratégica porque a Uece já tem histórico consolidado no uso dessa substância em pesquisas científicas inovadoras, especialmente nas áreas de biotecnologia, biomedicina e saúde.

Os professores José Ferreira Nunes e Cristiane Clemente de Mello Salgueiro, pioneiros nessas investigações, estão entre os inventores do novo processo.

Por que água de coco desidratada

O pesquisador principal do projeto, médico Rômulo Augusto da Silveira, doutor em Biotecnologia pela Uece, disse porque escolheram a água de coco desidratada:

“Optamos pela água de coco desidratada devido às suas propriedades bioquímicas e ao histórico positivo na preservação de outros tecidos. Ela possui uma composição rica em nutrientes, eletrólitos, antioxidantes e agentes oncóticos que podem ser benéficos para a preservação renal”.

E disse que a descoberta é inédita:

“Embora já tenha sido testada para preservação de células e tecidos, essa é a primeira vez que a água de coco é aplicada especificamente à preservação de rins, o que torna nossa pesquisa inédita”.

Pode preservar outros órgãos

O pesquisador Rômulo Silveira acredita que a técnica poderá ajudar a preservar outros órgãos, além de rins:

“Embora o foco inicial tenha sido os rins, acreditamos que o processo pode ser adaptado para a preservação de outros órgãos sólidos, como fígado e vasos sanguíneos. Estudos adicionais serão necessários para investigar essa possibilidade”.

Pesquisa precisa de financiamento

Agora que a invenção está patenteada, os cientistas buscam financiamento para as próximas etapas do desenvolvimento.

“Ainda há um longo caminho a ser percorrido até que o produto esteja apto para uso humano. Precisamos de investimentos para avançar para testes em animais de maior porte e, em seguida, iniciar a etapa de preservação de órgãos humanos em situação de perfusão. Superadas essas fases, buscaremos as aprovações da Anvisa para o início do protocolo em humanos”, disse a professora Ivelise.

Além de Ivelise Brasil, Rômulo Silveira, José Ferreira Nunes e Cristiane Salgueiro, também são pesquisadores inventores do novo processo Rômulo da Costa Farias, Raquel Lima Sampaio, Lucas Medeiros Lopes, Bianca Rohsner Bezerra e Samuel Roque Alves.

Os três últimos ainda eram estudantes de Medicina à época, o que evidencia a importância que a Uece dá à participação da graduação nas atividades de pesquisa.

A técnica da água de coco desidrata para conservar rins para transplantes é 70% mais barata que as usadas atualmente. - Foto: TV Jangadeiro
A técnica da água de coco desidrata para conservar rins para transplantes é 70% mais barata que as usadas atualmente. – Foto: TV Jangadeiro
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