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Expectativa de vida sobe e volta aos níveis anteriores da pandemia no mundo

Monique de Carvalho
21 / 10 / 2025 às 11 : 43
Dois anos após a pandemia, a expectativa de vida sobe novamente no mundo: 76,3 anos paras homens e de 71,5 anos para mulheres. - Foto:: Pixabay
Dois anos após a pandemia, a expectativa de vida sobe novamente no mundo: 76,3 anos paras homens e de 71,5 anos para mulheres. - Foto:: Pixabay

A expectativa de vida global volta aos níveis observados antes da pandemia de COVID-19 e sobe novamente, segundo um amplo estudo internacional divulgado neste mês. A pesquisa mostra que, apesar da recuperação, persistem desigualdades marcantes entre regiões e faixas etárias, especialmente entre adolescentes e jovens adultos.

Os resultados, publicados na revista The Lancet e apresentados na Cúpula Mundial da Saúde, em Berlim, apontam que, em 2023, a expectativa de vida média das mulheres era de 76,3 anos e a dos homens, de 71,5 anos, valores próximos aos registrados antes da crise sanitária.

O levantamento integra o Estudo sobre a Carga Global de Doenças, Lesões e Fatores de Risco e foi conduzido por uma equipe do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME), da Universidade de Washington, com apoio de mais de 16 mil pesquisadores de todo o mundo. Eles analisaram dados de 204 países e territórios, envolvendo 375 doenças e lesões e 88 fatores de risco.

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Mudanças

Durante o pico da pandemia, a COVID-19 chegou a ser a principal causa de morte em escala global. Em 2023, porém, caiu para a 20ª posição. Doenças cardíacas e derrames voltaram ao topo da lista, seguidas por outros problemas crônicos, como diabetes e câncer.

Os pesquisadores destacam que houve queda nas mortes por doenças infecciosas, como tuberculose, diarreia e sarampo, e também por alguns tipos de câncer, como o de estômago. A redução está associada a avanços médicos e maior acesso à prevenção e tratamento.

Atualmente, as chamadas “doenças não transmissíveis” — como cardiovasculares, metabólicas e respiratórias — são responsáveis por quase dois terços das mortes no mundo. Quase metade dessas condições, segundo o estudo, poderia ser evitada com mudanças no estilo de vida, incluindo controle do peso, alimentação equilibrada e redução do consumo de açúcar.

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Diferenças regionais

Embora a expectativa de vida global tenha aumentado aproximadamente 20 anos desde 1950, o avanço não é uniforme. Em regiões de alta renda, a média pode chegar a 83 anos. Já na África Subsaariana, não ultrapassa 62.

O continente africano e partes da Europa Oriental e América do Norte enfrentam um novo desafio: o aumento das mortes entre adolescentes e jovens adultos. Na África Subsaariana, as causas principais são doenças infecciosas e acidentes. Já nas regiões mais ricas, o problema está ligado a suicídio e uso de substâncias.

Entre 2011 e 2023, a mortalidade entre jovens de 25 a 29 anos na América do Norte aumentou 31,7%, e quase 50% entre pessoas de 30 a 39 anos. Na Europa Oriental, os índices de morte entre adolescentes de 15 a 19 anos subiram mais de 50%.

Avanços para o futuro

Apesar dos desafios, o estudo também mostra resultados positivos. As mortes infantis diminuíram mais do que em qualquer outra faixa etária, principalmente no Leste Asiático, graças à ampliação das campanhas de vacinação, à melhoria da nutrição e à estrutura dos sistemas de saúde.

Para especialistas, a recuperação da expectativa de vida é um marco importante após a pandemia, mas exige atenção às desigualdades e novos riscos. O diretor do IHME, Dr. Christopher Murray, alertou que o envelhecimento populacional e a evolução dos fatores de risco criam “uma nova era de desafios globais para a saúde”.

Pesquisadores também chamam atenção para os cortes recentes na ajuda internacional a países de baixa renda. Segundo a professora Emmanuela Gakidou, do IHME, o fim de investimentos em saúde global ameaça desfazer décadas de progresso e pode ampliar ainda mais as desigualdades entre populações.

Dois anos após a pandemia, a expectativa de vida sobe novamente e os dados animam - Foto:: Pixabay
Dois anos após a pandemia, a expectativa de vida sobe novamente e os dados animam – Foto:: Pixabay
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