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Empresária faz absorventes para africanas irem à escola naqueles dias

Rinaldo de Oliveira
11 / 07 / 2013 às 00 : 00
calcinhas|rachel620
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Foto: divulgação/Transformation Textiles
Uma empresaria canadense está ajudando meninas pobres da África a irem à escola.
Nos dias de menstruação elas perdem as aulas porque não têm calcinha e absorvente íntimo, para aparecerem em público.
Aliás, não tinham, porque desde 2010 a empresaria Rachel Starkey vem reaproveitando retalhos da pequena confecção que possui no Egito para fabricar os kits femininos a um baixo custo.

Já foram fabricados aproximadamente 60 mil calcinhas e absorventes, levados para Malauí (foto acima), Quênia, África do Sul, Camarões, Gana e Afeganistão.



“Só no Quênia, mais de 850 mil meninas perdem cerca de 6 semanas de escola a cada ano. O problema é ainda pior em toda a África Oriental, com quatro em cada cinco delas incapazes de comprar absorventes”, afirma Rachel.


A ideia surgiu depois que Rachel viu pilhas de sobras de tecido em sua fábrica e pensou como poderia reaproveitar o material. “Estávamos fazendo modernas fraldas de pano com um tecido caro, que era impermeável e absorvente. Quando os retalhos começaram a empilhar mais e mais, parte de mim sabia que algo precisava ser feito com essa sobra. Na época, eu não sabia o quê…. O mais emocionante foi quando descobri como fazer um absorvente reutilizável para mulheres”, afirmou, em entrevista ao G1.
rachel620
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Rachel Starkey / foto: divulgação/Transformation Textiles
O retorno
A fábrica da empresária, criada na Alexandria há 8 anos, tem aproximadamente 300 funcionários e fabrica produtos como fraldas de panos, suportes para carregar bebês (“cangurus”), artigos esportivos e de moda feminina.
A empresa começou com três máquinas e hoje são 125, diz.

Antes de colocar a ideia em prática, Rachel disse que pediu a funcionários de sua empresa que fizessem testes com as sobras do tecido impermeável.
“Estávamos determinados a fazer um formato simples, mas eficaz, que se encaixasse praticamente em qualquer tipo de corpo, além de ser durável para suportar o sol intenso da África”, disse.
O resultado foi um modelo que pode acomodar tanto um abservente descartável quanto os feitos de pano impermeável, explicou.


As calcinhas, segundo ela, também são produzidas com retalhos da fábrica dela e de outras. “Os custos das matérias-primas são quase inexistentes porque os retalhos são gerados por indústrias”, diz.
Ela afirma que aproveita pedaços de 3 a 6 metros de comprimento, que geralmente sobram nos finais de rolos de recido. “Esses retalhos são muitas vezes apenas jogado em locais de aterros ou queimados. Com bom planejamento, o trabalho de produção é tão rentável como outra produção  em massa”, disse.
Distribuição

Com o tempo, a empresária afirma que desenvolveu kits com duas calcinhas e seis absorventes reutilizáveis, que podem ser vendidos por US$ 5.
Para fazer a distribuição, são encontradas empresas e entidades parceiras em cada país.


Em 2011, para tornar o projeto viável, Rachel criou a “Transformation Textiles (TT)”, um modelo de “empresa social híbrida”, explicou.
A distribuição dos kits é feita por várias entidades.
“Zana África planeja distribuir metade dos kits de forma gratuita para meninas na escola. A outra metade, eles vão criar um modelo de vendas, proporcionando um micro-negócio para as mulheres que querem alcançar a independência financeira. No final, o lado das vendas será capaz de cobrir os custos dos kits doados, criando uma capacidade sustentável e permanente para proporcionar a fabricação de mais calcinhas.”
A empresária diz, ainda, que o que a estimula em seu projeto é pensar em cada uma das jovens africanas, que deixam de ir a escola por não terem absorventes. “O que você faria se não tivesse a proteção que precisa? Pense em sua filha enfrentando a opção de não ir à escola ou conseguir essa ‘proteção necessária’ em troca de favores ou serviços sexuais?”, questiona.
Com informações do G1. 
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