Sensor sustentável feito com restos de repolho identifica água contaminada

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Por Vitor Guerra
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O sensor usa restos de repolho da comunidade local de Salinas, para identificar o pH da água. Foto: Reprodução/YankoDesign.

Uma designer desenvolveu um sensor com restos de repolho que identifica se há, ou não, contaminação presente em um corpo de água. De baixo custo e com ótima efetividade, a técnica do biodispositivo funciona com base na mudança de cor do repolho, que aponta se o líquido é ou não potável.

Melissa Ortiz, artista, designer e ex-professor do ensino médio radicada na Califórnia, foi a responsável por desenvolver o produto. Apelidado de ‘Colores del Rio’, a engenhosidade usa restos de repolho de uma comunidade agrícola da região.

“Esta ferramenta de envolvimento comunitário é o ativismo do Biodesign em resposta a questões sistêmicas locais que envolvem a indústria da monocultura, a bacia hidrográfica do Rio Salinas e as comunidades impactadas”, explicou a ativista.

Comunitário

Conforme Melissa explicou, sua ideia inicial era promover a interação da comunidade com questões ambientais.

A mulher que incentivar, através de uma ação biorregional, uma maior interação da comunidade agrícola na área de Salinas com o potencial de reaproveitamento de resíduos alimentares.

O Biosensor surgiu em uma aula de Biodesign no Colégio de Artes da Califórnia, e desde então evoluiu para uma parceria com a Xinampa, organização sem fins lucrativos e o departamento de ciências da Mount Toro High School.

Funcionamento

A composição química do repolho faz com que o vegetal mude de cor de acordo com o pH da água que ele entrou em contato.

O pH é um índice que ajuda a identificar a qualidade do líquido, se ele é ou não potável.

Feito com restos de repolho, o sensor fica em um tom vermelho-rosado quando a água está ácida (pH menor que 7), ou verde amarelado, quando ela está alcalina (pH maior que 7).

Produção

O repolho usado na produção do sensor é recolhido do lixo local.

Para criar ainda mais uma sensação de pertencimento com a comunidade, Melissa trabalhou com estudantes do ensino médio da região.

Os meninos e meninas ajudaram a ferver, desidratar e moer a hortaliça. Depois, o pó resultante é misturado com uma goma xantana, que funciona como um aglutinante.

“Convido a próxima geração de liderança a participar ativamente no biodesign, na ciência cidadã e na justiça ambiental, dando ao desperdício alimentar local outra vida”, pediu Melissa.

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Prêmio

Tamanho esforço rendeu a Melissa uma premiação super importante no campo do ativismo social.

A invenção ganhou o prêmio de “Crítica Social Notável”, no concurso Biodesign Challenge
2023.

Agora, Melissa está focada ainda mais em expandir o Colores del Rio, buscando despertar pessoas sobre a importância do reaproveitamento e ativismo social em defesa do meio ambiente.

Estudantes de uma escola da região ajudaram na fabricação da ferramente. Foto: Reprodução/Yanko Design.

Estudantes de uma escola da região ajudaram na fabricação da ferramenta. Foto: Reprodução/Yanko Design.

As diferentes cores ajudam na identificação do pH da água. Foto: Reprodução/Yanko Design.

As diferentes cores ajudam na identificação do pH da água. Foto: Reprodução/Yanko Design.

Com informações de Revista Oeste, Design Boom e Yanko Design.