Um remédio conseguiu reduzir em 51% o risco de morte em pacientes com câncer de pulmão. Os resultados foram mostrados por pesquisadores da Universidade de Yale, dos Estados Unidos, durante a reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco) em Chicago.
Segundo eles, tomar o remédio Osimertinib após a cirurgia aumentou a sobrevida dos pacientes avaliados. Foram analisados 682 homens e mulheres, de 26 países, fumantes e não fumantes.
“Trinta anos atrás, não havia nada que pudéssemos fazer por esses pacientes”, disse o Roy Herbst, vice-diretor do Yale Cancer Center, principal autor do estudo. “Agora temos essa droga potente”, comemorou.
Pesquisas que emocionam
O câncer de pulmão é a principal causa de morte por câncer no mundo, sendo responsável por cerca de 1,8 milhão de mortes por ano, de acordo com dados internacionais.
Felizmente, os estudos estão em fase avançada e mostram resultados positivos.
O estudo envolveu pacientes com idades entre 30 e 86 anos, em 26 países, observando se a pílula pode ajudar aqueles cujo câncer de pulmão surge em “células não pequenas”, forma mais comum da doença que atinge 85% dos casos.
No total, foram 682 pacientes, dos quais cerca de dois terços eram mulheres. Outros dois terços dos pacientes não tinham histórico de tabagismo, o que sugere que a pílula funciona para fumantes e não fumantes com diagnóstico de câncer de pulmão.
Angela Terry, presidente da EGFR Positive UK, uma instituição de caridade que atua no combate e tratamento ao câncer de pulmão, disse que as descobertas foram “muito emocionantes” e “extremamente significativas”.
“Uma taxa de sobrevivência geral de cinco anos de 88% é uma notícia incrivelmente positiva”, disse ela.
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Tratamento aplicado
Em todos os casos, havia a mutação do gene EGFR, encontrado em cerca de um quarto dos casos globais de câncer de pulmão e responde por até 40% dos casos na Ásia.
Esta mutação EGFR é mais comum em mulheres do que em homens e em pessoas que nunca fumaram ou foram fumantes leves.
O tratamento após a cirurgia com Osimertinibe, também conhecido como Tagrisso e fabricado pela AstraZeneca, “diminuiu significativamente” o risco de morte em pacientes com câncer de pulmão, relataram os resultados do estudo, de acordo com os cientistas.
“O Osimertinibe adjuvante demonstrou um benefício de sobrevida geral sem precedentes, altamente estatisticamente significativo e clinicamente significativo em pacientes”, aponta o relatório.
Após cinco anos, 88% dos pacientes que tomaram a pílula diária após a remoção do tumor ainda estavam vivos, em comparação com 78% dos pacientes tratados com placebo.
No geral, houve um risco de morte 51% menor para aqueles que receberam Osimertinibe em comparação com aqueles que receberam placebo.
A quimioterapia foi administrada a 60% dos participantes do estudo. Segundo a pesquisa, o benefício de sobrevida com o Osimertinibe foi observado independentemente de a quimioterapia anterior ter sido recebida.
Com informações do The Guardian